Rubel lança disco com sonoridade mais brasileira Com nove músicas, sete delas inéditas, o álbum "Beleza. Mas Agora a Gente Faz o Que Com Isso?" revela uma faceta vulnerável do artista carioca

Allan Lopes

Publicação: 28/05/2025 03:00

No trabalho que sai hoje, o cantor conta com arranjos do pernambucano Henrique Albino (BRUNA SUSSEKIND/DIVULGAÇÃO)
No trabalho que sai hoje, o cantor conta com arranjos do pernambucano Henrique Albino

Pode entrar, a porta está aberta. Este é o convite que Rubel nos faz em Beleza. Mas Agora a Gente Faz o Que Com Isso?, seu novo álbum lançado hoje nas plataformas digitais. Através de um repertório bastante introspectivo, o artista carioca permite que seu público atravesse as fronteiras do seu quarto particular. Quem achava que já o conhecia bem, descobrirá agora os fantasmas que assombram cada canto deste espaço e, em contraponto, os amores que sobrevivem.

Desde o título instigante, o cantor e compositor já estabelece uma conversa particular. As nove faixas que seguem não impõem respostas, mas deixam brechas para que cada ouvinte atribua seu próprio sentido ao nome do disco. É uma mudança considerável em relação ao trabalho anterior, As Palavras Vol. 1 & 2, que se apoiava em experimentações sonoras fora do seu repertório afetivo e tinha uma proposta mais direta. “Foi preciso ir embora para que eu pudesse retornar a esse lugar”, explica Rubel, em conversa exclusiva com o Viver.

Há aqui um reencontro com a estética do aclamadíssimo Pearl, seu primeiro disco, como se fosse um primo mais brasileiro dele, em que a sutileza dos arranjos orquestrados pelo pernambucano Henrique Albino amplia o tom intimista. Para reforçar essa atmosfera, o cantor recorreu aos mesmos microfones e ao equipamento analógico utilizados no álbum de estreia. “O resultado não apenas chegou muito próximo do que idealizei, como também superou minhas expectativas. Ficou ainda mais bonito”, celebra.

Depois de atravessar momentos de aflições e incertezas nos últimos lançamentos, o músico demonstra mais convicção e segurança em seu novo trabalho. Das nove músicas, sete são inéditas, todas assinadas por ele. Tem ainda duas regravações: A La Ventana, Carolina, do mexicano El David Aguilar, que virou A Janela, Carolina, e Reckoner, do Radiohead. “Envelhecer é muito bom em vários sentidos, porque o mundo vai ficando um pouco menos assustador”, afirma. “Quero que esse disco seja um companheiro para as pessoas, que marque a vida delas”. E pelos relatos que já estão chegando, parece que vai conseguir.