Arlindo Cruz: o adeus a um grande ícone Autor de mais de 700 músicas, gravadas por nomes como Alcione e Maria Rita, o carioca estava com a saúde debilitada desde 2017, quando sofreu um AVC

Publicação: 09/08/2025 03:00

No programa Som Brasil, Arlindo cantou com Marcelo D (ALEX CARVALHO/TV GLOBO)
No programa Som Brasil, Arlindo cantou com Marcelo D

Ontem, o Brasil se despediu de um de seus maiores talentos musicais: o cantor, compositor e ícone do samba Arlindo Cruz. Com a saúde debilitada desde 2017, quando sofreu um grave AVC, o artista morreu aos 66 anos.

Em comunicado publicado nas redes sociais, a família informou a morte e agradeceu as mensagens de amor, apoio e carinho que recebeu nos últimos anos, e em especial agora, na hora da partida. “Arlindo parte deixando um legado imenso para a cultura brasileira e um exemplo de força, humildade e paixão pela arte. Que sua música continue ecoando e inspirando as próximas gerações, como sempre foi seu desejo”, diz a nota. Arlindo deixa a esposa, Bárbara, e os filhos Arlindinho (também cantor) e Flora (que já participou de A Fazenda). 

Nascido em 14 de setembro de 1958, em Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Arlindo Domingos da Cruz Filho cresceu embalado pelo batuque das rodas de samba. Aos 7 anos de idade, ganhou seu primeiro cavaquinho. Ainda muito jovem, começou a trabalhar como músico, ao lado de grandes artistas, como Candeia. Mais tarde foi para a Escola Preparatória de Cadetes do Ar, mas sem jamais abandonar a música.

Quando deixou a Aeronáutica, passou a frequentar as rodas de samba do Cacique de Ramos, ao lado de Jorge Aragão, Beth Carvalho, Almir Guineto, Zeca Pagodinho e Sombrinha, que viria a ser seu grande parceiro. Ali, recebeu o convite para participar do grupo Fundo de Quintal. Suas composições logo passaram a figurar nas vozes da própria Beth, Alcione e, mais tarde, Maria Rita. As letras de Arlindo entoavam o amor, a fé e a luta, traduzindo o cotidiano de milhares de brasileiros.