Provas do TJPE: abstenção de 27% Mais de 49 mil candidatos faltaram ao processo seletivo para preencher 109 vagas de nível médio e superior da instituição do Poder Judiciário

Publicação: 16/10/2017 03:00

Mais de 179 mil pessoas se inscreveram para prestar concurso e se tornar servidor do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Mas 49.214 não compareceram, ontem, aos locais de provas - uma abstenção de aproximadamente 27,5%. Os gabaritos e as questões dos exames serão divulgados hoje, às 11h, no site do Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC), www.ibfc.org.br.

Das vagas, 60 serão para técnico judiciário e oficial de justiça e 49 para analista judiciário. O edital prevê funções para quem possui diplomas de ensino médio e médio técnico em informática, rede de computadores, manutenção e suporte em informática, sistemas de computação, telecomunicações ou sistema de transmissão. Para ensino superior, em áreas diversas e nas especificas de direito, serviço social, pedagogia, psicologia, contabilidade, informática e engenharias física ou mecânica com pós-graduação na área de informática. Os salários são de R.502,12 (superior) e R$ 4.222,45 (médio). Os dois maiores centros de provas no Recife foram a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que registraram engarrafamento no entorno no início e final de cada turno de exame.

Para os amigos Vanessa Batista, estudante, e Rafael Lins, encarregado, que fizeram prova para o nível técnico, na  Unicap, o número de inscritos assusta. “Estou me preparando há quatro meses e, mesmo assim, só estudo quando sobra um tempo do trabalho, então, quando vi que quase 180 mil pessoas estão concorrendo, fiquei tenso mas estou otimista”, afirmou Lins. Vanessa concordou. “A gente tem que pensar apenas em fazer nosso melhor”,  acrescentou. Já as concurseiras Gabrielle Setime, Ana Teresa Cardoso da Silva e Eliana de Souza fizeram as provas  da manhã, para o cargo de analista judiciário, e também as da tarde, para as vagas técnicas, e consideraram a seleção fácil.

“A prova de direito penal foi supertranquila. A parte mais chatinha foram as questões de sustentabilidade”, afirmou Gabrielle. Para Ana Teresa, o tema da redação das provas para analista judiciário, que são de nível superior, também surpreendeu por não precisar de argumentos juridicos. “O tema geral foi o riso e aí deveríamos argumentar sobre os benefícios e malefícios do humor e do riso em si. Foi abrangente e não muito técnico, acho que isso vai fazer com que muitos tenham um bom desempenho”, completou. Todas as três prestaram concurso na Unicap.

Na UFPE, muitos concurseiros se complicaram com os prédios e com o engarrafamento na BR-101, que chegou à altura da Avenida Caxangá. Gerson Mabson, bacharel de direito, afirmou que precisou estacionar na avenida e ir até  o Centro de Artes e Comunicação (CAC) a pé para não perder o horário da prova. “Muita gente desceu do ônibus já  ali no viaduto perto do HiperBompreço porque estava tudo parado”, reforçou. A funcionária pública Claúdia  Elysângela chegou às 13h30 no CAC justamente para não correr riscos. “Esse é meu 30º concurso. Meu primeiro foi para serviços gerais, com 18 anos. Hoje, tenho meu emprego público e trabalho em outro lugar também para reforçar o orçamento. Estudo quando sobra tempo, porque, além de tudo, ainda tenho duas filhas”, comentou. Para ela, o maior desafio estava na prova de direito civil. “Não tive tanto tempo para estudar o novo Código”.

O concurso do TJPE terá validade de dois anos, a contar da data do resultado final, podendo ser prorrogado por  igual período. O último concurso do órgão foi realizado em 2011 para preencher exatamente 203 vagas.