Tarifaço: semana decisiva para o Brasil Apesar da busca do país por diálogo nos EUA, não há indicativo que taxação de 50% para produtos brasileiros será revertida ou adiada

Publicação: 29/07/2025 03:00

Negociações lideradas por Alckmin têm sido infrutíferas (FÁTIMA MEIRA/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO)
Negociações lideradas por Alckmin têm sido infrutíferas
O Brasil entra esta semana em um período decisivo, que pode mudar para pior o rumo de sua economia - pelo menos no curto prazo. Está prevista para entrar em vigor na próxima sexta-feira, 1º de agosto, a tarifa de 50% prometida pelo presidente americano, Donald Trump, para todos os produtos brasileiros vendidos para o mercado americano. E, pelo menos até o momento, não há o menor sinal de que esse movimento poderá ser revertido ou adiado.

As tentativas do governo brasileiro de negociar com os EUA, encabeçadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, têm se mostrado infrutíferas. Ontem, Alckmin afirmou que o governo está focado em buscar uma saída diplomática. “Todo o empenho agora, nessa semana, é para buscar resolver o problema”, declarou. Segundo Alckmin, o Brasil tem atuado por canais institucionais e com reserva.

O próprio presidente Trump já afirmou que o prazo de 1º de agosto não será adiado. No caso brasileiro, as negociações se tornam um pouco mais complicadas pelo viés político que tomaram. “Não estou enxergando um caminho no curto prazo para poder reduzir essas tarifas”, disse o diretor para as Américas da consultoria Eurasia, Christopher Garman. 

“O problema é que o presidente Trump se enxerga no drama do ex-presidente Jair Bolsonaro. Trump se sentiu vítima de uma caça às bruxas de medidas judiciais. Ele se sentiu censurado. Então, quando ele vê o drama do entorno da família Bolsonaro e as queixas da direita brasileira, o Trump encontra respaldo”, complementou. Para Garman, o melhor cenário para o Brasil, nesse caso, é receber as tarifas e não retaliar. (Estadão Conteúdo e Metrópoles)