Terminado o período de luto oficial pela morte do ministro Teori Zavascki, a presidente da Corte, Cármen Lúcia, começou, ontem, a fazer consultas informais aos colegas ministros sobre o futuro da Lava-Jato no STF. Em conversas reservadas, ela busca uma solução consensual para encontrar um substituto para relatar os processos da operação, que estavam sob a responsabilidade de Teori. Ele estava prestes a homologar os 77 depoimentos de delação premiada de executivos da Odebrecht que chegaram.

Ontem, a ministra recebeu o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para uma audiência no final da tarde. Janot - chefe das investigações da força-tarefa de procuradores que atua na Lava-Jato - saiu da reunião sem falar com a imprensa. Ela também procurou alguns ministros informalmente e foi ao gabinete de Teori conversar com servidores e os juízes auxiliares do ministro sobre o processo de homologação das delações da Odebrecht. Segundo os auxiliares, a análise dos depoimentos está avançada.

Na lista de cotados para substituir o Teori Zavascki, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e a advogada-geral da União, Gracie Mendonça, evitaram falar sobre o tema. Junto com o ministro Dyogo de Oliveira (Planejamento), Moraes e Gracie participaram em Brasília de cerimônia de posse dos novos advogados da União.

“Essa escolha compete ao presidente da República. Tenho absoluta certeza que qualquer pessoa que venha a receber esse convite, saberá honrá-lo e desempenhar com toda a maestria a atuação junto à Suprema Corte”, ressaltou Gracie em entrevista aos jornalistas. Questionada se aceitaria um possível convite, ela disse que preferia não comentar. Moraes evitou a imprensa e deixou o evento cercado por assessores. (Da redação com agências)