Oposição promete que não vai dar trégua ao governo

Publicação: 21/01/2017 03:00

A bancada de oposição da Assembleia Legislativa de Pernambuco promete fazer “marcação cerrada” ao governador Paulo Câmara com um acompanhamento minucioso do roteiro do socialista pelo interior do estado. Em contraponto ao programa Todos Por Pernambuco, os oposicionistas estão elaborando um programa de acompanhamento das ações e promessas do Executivo batizado de “Pernambuco de Verdade”. “Vamos mostrar o estado na vida real, o que o governo não apresenta nas suas peças de propaganda”, prometeu o líder da oposição na Assembleia, deputado Sílvio Costa Filho (PTB).

O petebista garante que será feito um rastreamento de todas as obras paralisadas, das promessas não cumpridas do programa de governo com o objetivo de traçar um diagnóstico da real situação do estado. Segundo Costa Flho, o levantamento terá como base os relatórios do governo federal, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Caixa Econômica Federal, além do Portal da Transparência e pedidos de informação. “Essa agenda do governador pelo interior é claramente demagógica. As principais ações do programa de governo não saíram do papel como mostra o relatório do TCE que revela obras paralisadas ou inacabadas em todo o estado”, condenou.

Adotando uma postura independente, mesmo sendo da base do governo, o deputado Álvaro Porto (PSD) reforçou as queixas dos prefeitos quanto ao atraso no repasse do Fundo Estadual de Desenvolvimento Municipal (FEM) por parte do governo. Segundo o pessedista, o governador Paulo Câmara está na contramão das metas traçadas pelo ex-governador Eduardo Campos (falecido em 2014) para soerguer o estado. Ele revela que, por causa da falta de repasse aos municípios, as prefeituras estão figurando como devedoras.

Segundo o parlamentar, nas vezes em que ligou para a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) na tentativa de solucionar o problema sobre o FEM de 2014 e 2015, foi informado que, dos R$ 14 milhões previstos para o programa, apenas R$ 2 milhões chegaram à pasta. De acordo com o parlamentar, a orientação dada é a de procurar a Casa Civil para a liberação do recurso. “É preocupante um programa importante como esse, criado para ajudar os municípios, se tornar político-partidário”, denunciou.

O prefeito de Santa Filomena, Cleomatson Coelho (PMN), informou que contratou um engenheiro civil para fazer o levantamento das obras em atraso na cidade. “Tivemos informações de que o FEM de 2015 não foi pago. Ainda estamos colhendo esclarecimentos”, justificou. Já o prefeito de Granito, João Bosco (PT), espera até o final desse mês concluir o levantamento sobre as obras. “Teve atraso nas obras da gestão anterior, inclusive nas que tinham recursos do FEM. Estamos na fase de levantamento”, explicou.