Planalto começa a ser pressionado

Publicação: 24/01/2017 03:00

Enquanto aguarda a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, definir o destino da relatoria da Lava-Jato na Corte, o presidente Michel Temer vem sendo pressionado por representantes de tribunais superiores, presidentes de partidos e parlamentares a escolher o substituto de Teori Zavascki. Dirigentes e líderes de pelo menos seis grandes partidos da base aliada defendem a indicação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. O argumento de líderes do PSDB, PSD, PR, DEM, PTB e até do PMDB é de que o ministro da Justiça, considerado um aliado fiel do governo Temer, é “qualificado” e tem “experiência” jurídica.

Outros nomes sugeridos são o da ministra da Advocacia-Geral da União (AGU), Grace Mendonça, o do presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra da Silva Martins Filho, e o do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas. O discurso oficial de ministros próximos ao presidente é de que a vaga de Teori será preenchida por um “perfil que se assemelhe ao do ministro”. Mas Temer informou no fim de semana que vai aguardar a decisão de Cármen Lúcia para depois indicar um nome.

Outro auxiliar palaciano disse que Temer deve levar em conta “o tamanho” das críticas da futura nomeação. Temer tem se aconselhado com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (secretário do Programa de Parceria de Investimentos), além de pessoas de sua confiança no meio jurídico, entre elas o ministro do STF e presidente do TSE, Gilmar Mendes.

Juízes consideram que a escolha do sucessor de Teori Zavascki, entretanto, deve ocorrer depois que o TSE concluir o julgamento da chapa Dilma-Temer. Em nota pública, a Associação Juízes para a Democracia pede “transparência” na indicação do novo ministro do STF. (AE)