Comunicação com o Congresso

Publicação: 25/03/2017 03:00

O cientista da Arko lembrou que a própria estratégia adotada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não se aplicaria em caso da reforma da Previdência. A matéria foi colocada em votação com quórum relativamente baixo em plenário — cerca de 420 deputados. Em reformas constitucionais, é necessário um número bem mais alto. A margem de segurança é acima de 490 parlamentares presentes. “Além disso, não dá para acreditar que, por mais que haja dissidências na base de apoio ao governo, a oposição tenha 188 votos dela para barrar matérias que interessam ao Planalto”, completou Cristiano. “No caso da reforma, o governo vai mobilizar todas as suas forças como fez para aprovar a PEC do teto de gastos, quando saiu vitorioso com uma margem segura de votos”, acrescentou o cientista político.

A vice-presidente da consultoria Ideia Inteligência, Cila Schulmann, lembra que a comunicação de Temer com o Congresso é muito melhor do que a apresentada pela ex-presidente Dilma Rousseff, que estava desgastada perante a classe política, os agentes econômicos e a população. E que isso é fundamental porque, diferentemente de seus antecessores, o presidente não tem o capital político de quem foi eleito pelas urnas. “Ainda assim, ele está apresentando propostas, especialmente econômicas, corajosas e necessárias para que o país avance”, destacou Cila. Ela afirmou que é fundamental a participação do presidente pessoalmente nas conversas, porque os parlamentares se queixavam de estar “apanhando” nas redes sociais. (CB)