Nem os 'fiéis' no estado garantem voto a Temer Sete pernambucanos votaram a favor dos projetos do governo, mas a Previdência deve ser diferente

Cláudia Eloi
claudia.eloi@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 24/03/2017 03:00

Após aprovar com uma votação apertada o projeto da terceirização irrestrita em empresas e do serviço público, o governo do presidente Michel Temer (PMDB) passará por duas provas ainda mais difíceis. Estão em curso as reformas trabalhista e da Previdência. Mas é essa última que o peemedebista precisará de muito jogo de cintura para obter êxito. O placar de 231 votos favoráveis e 118 contra a terceirização revela uma tendência de que o projeto da Previdência poderá não ter a fidelidade que o governo espera.  

A votação da terceirização dá indícios da dificuldade que o governo deve enfrentar. Dos 25 deputados pernambucanos, 12 votaram favoráveis ao projeto,  oito contra e cinco não compareceram à sessão. Um levantamento feito pelo Diario revelou que em  três votações importantes na Câmara (PEC do Teto Gastos, Reforma do Ensino Médio e o da terceirização) que colocaram à prova a força do governo Temer na Casa, sete parlamentares de Pernambuco se posicionaram fiéis ao governo federal em todas as votações e três foram radicalmente contra.

Votaram a favor do governo nas três matérias os deputados André de Paula (PSD), Augusto Coutinho (SD), Carlos Eduardo Cadoca (PDT), Eduardo da Fonte (PP), Fernando Monteiro (PP), Zeca Cavalcanti (PTB) e Ricardo Teobaldo (PTN). Já Danilo Cabral (PSB), Luciana Santos (PCdoB) e Wolney Queiroz (PDT) rejeitaram todas as mudanças apresentadas pelo Palácio do Planalto.

De acordo com Danilo Cabral, muitos equívocos foram cometidos com impacto negativo na vida do trabalhador e a Reforma da Previdência não tem como ser aprovada. “O resultado da votação (da terceirização) é um recado que o governo federal não tem voto para aprovar a Previdência. Será um esquartejamento do trabalhador na prática”.

Alinhado aos projetos do governo até o momento, Ricardo Teobaldo também se posicionou contra na matéria da Previdência. “Voto contra. Não dá para aprovar com está”. Augusto Coutinho (SD) informou que se não houver mudança, a proposta da Previdência não será aprovada. “Estou reticente com a questão do trabalhador rural. É uma situação diferenciada que precisa ser levada em conta”, enfatizou. Para a deputada Luciana Santos (PCdoB) essa proposta é cruel. “Isso não é reforma, mas liquidar a aposentadoria por contribuição e só por idade”.