Relação conturbada entre poderes

Publicação: 19/10/2017 03:00

Na lista dos embates entre Maia e Temer estão as duras críticas que o presidente da Câmara fez ao governo após uma manobra do Planalto para que não fosse votada a Medida Provisória autorizando o Banco Central a firmar acordo de leniência com instituições financeiras. Para acalmar o deputado, às vésperas da votação da segunda denúncia contra Temer, o Planalto autorizou a substituição da MP por um projeto de lei, apresentado pelo deputado Pauderney Avelino (DEM-AM).

Antes, Maia tinha dito que o governo e a cúpula do PMDB haviam dado uma “facada nas costas” do DEM ao assediarem parlamentares que já estavam em negociação com seu partido.

Não é a primeira vez que Maia reclama do desrespeito do governo. Desde 20 de setembro, quando chamou as articulações do PMDB de “facada nas costas”, o deputado já se queixou pelo menos outras duas vezes de não estar sendo tratado como deveria pelo Planalto

Na conversa de ontem, o presidente da Câmara cobrou de Temer uma nova agenda de desenvolvimento para o país e disse que o governo tem dado passos errados, deixando de transmitir esperança à população. Na avaliação de auxiliares do presidente, Maia faz esse discurso porque é candidato à reeleição, em 2018, e quer se descolar da impopularidade de Temer. “Querendo ou não, o Rodrigo (Maia)é uma opção institucional para o País”, disse a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que faz oposição a Temer e tem organizado encontros de parlamentares com Maia. “Nessas reuniões nós discutimos o momento político. Agora, quem vai decidir o que vai acontecer é o plenário da Câmara.” (AE)