Trocas no PSB resultaram em uma vantagem menor Depois de recomendação do Diretório Nacional, legenda conseguiu tirar dois governistas da comissão

Rosália Rangel
rosalia.rangel@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 19/10/2017 03:00

Os representantes de Pernambuco na CCJ, deputados Danilo Cabral (PSB) e Betinho Gomes (PSDB), votaram contra o parecer que rejeitou a denúncia apresentada pela PGR contra o presidente Michel Temer. Apesar da derrota da oposição, que tentou mudar o cenário da primeira denúncia, quando os governistas também conseguiram aprovar o relatório, Danilo Cabral avaliou que a redução no número de votos favoráveis ao peemedebista, que caiu de 41 para 39, poderá repercutir positivamente na votação em plenário. “Na comissão, o governo tem o domínio pleno porque pode, inclusive, mudar os integrantes para favorecer o presidente. A nossa expectativa é que essa redução no plenário cause um estrago maior”, previu o socialista. Ele também analisou a participação do PSB na votação na CCJ a partir da mudança da líder da bancada na Câmara, Tereza Cristina (MS). “A substituição foi muito importante porque recuperamos a unidade do partido que voltou a atuar seguindo a orientação do partido e em sintonia com os valores históricos do PSB. Tínhamos uma líder mais alinhada com o governo de que com o próprio partido”, destacou o socialista.

A articulação para trocar a líder da bancada foi feita pelo deputado Júlio Delgado (MG) que conseguiu, na manhã de ontem, o número de assinaturas suficientes para substituir Tereza Cristina na liderança. Com a saída da deputada, ele assumiu o cargo e como primeira medida tirou da CCJ os deputados governistas Danilo Forte (CE) e Fábio Garcia (MT), que votaram a favor de Temer na primeira denúncia. Os parlamentares foram substituídos por Danilo Cabral e Hugo Leal (RJ). No lugar de Tadeu Alencar (PSB/PE), que está em missão oficial na China, assumiu o suplente Gonzaga Patriota (PSB/PE).

O presidente Michel Temer ainda tentou desmobilizar articulação socialista e reverter a destituição de Tereza Cristina, exonerando os ministros de Minas e Energia (PSB), Fernando Filho, e da Defesa, Raul Jungman (PPS), para evitar que Júlio Delgado conseguisse as assinaturas necessárias. O socialista, no entanto, conseguiu o feito antes da exoneração dos ministros.

Fidelidade
Com a mudança no PSB, o governo atuou para garantir que as demais bancadas mantivessem a mesma configuração de votos da primeira denúncia. No PSD, por exemplo, o deputado delegado Éder Mauro (PA) foi substituído por Edmar Arruda (PR), que votou pelo não prosseguimento do processo. Com isso, o chamado Centrão – bloco formado pelo PR, PP, PRB, PTB, PSC – manteve a fidelidade a Temer e garantiu quase 100% dos votos para o governo. A exceção ficou com o Solidariedade, que, assim como na primeira denúncia, deu um voto a favor do governo e um contra. No PMDB, a novidade foi o voto favorável a Temer de Osmar Serraglio (PR), que na primeira denúncia não participou da votação pois estava descontente com o governo depois de ter sido demitido do Ministério da Justiça. (Com agência)