Defesa sustenta que os pagamentos foram feitos

Publicação: 16/12/2017 03:00

A polêmica e os questionamentos em torno dos recibos adiaram para 2018 a segunda sentença de Moro sobre Lula. Após ser cobrado publicamente por Moro em setembro, Lula apresentou um conjunto de recibos de locação assinados por Costamarques. O Ministério Público, porém, levantou suspeitas sobre essa prova e abriu um procedimento paralelo à ação penal, chamado de incidente de falsidade criminal.

Em nota, a Procuradoria afirmou que as provas já demonstram “que o contrato e o recibo são papéis criados para disfarçar a real titularidade do imóvel usado pelo ex-presidente, que foi comprovadamente comprado com recursos oriundos da Odebrecht”.

Propina
A Lava-Jato sustenta que o apartamento vizinho à residência do ex-presidente Lula, em São Bernardo do Campo, de número 121, no edifício Hill House, no valor de R$ 504 mil e o terreno onde seria sediado o Instituto Lula, em São Paulo – R$ 12 milhões – foram bancados pela Odebrecht como forma de propinas oriundas de contratos com a Petrobras. De acordo com os procuradores e os executivos da construtora a empresa DAG Engenharia e Glaucos da Costamarques foram utilizados para maquiar a titularidade dos imóveis.

OUTRO LADO

A defesa de Lula nega que o apartamento tenha sido adquirido com recursos da Odebrecht. Em nota divulgada nesta sexta, o advogado Cristiano Zanin afirma que os depoimentos confirmaram que os recibos são autênticos e que foram emitidos por Costamarques com declaração de quitação, “prova mais plena do recebimento dos aluguéis de acordo com a lei brasileira”.

A quitação, segundo a defesa, foi “confirmada por outros documentos existentes nos autos, como a movimentação nas contas do proprietário envolvendo valores em espécie.” “Também ficou claro mais uma vez que o apartamento não é do ex-presidente Lula e que não há qualquer valor proveniente de contratos da Petrobras relacionado ao imóvel”, diz o texto.