Centro quer bloco único para combater extremos Políticos temem que, com a proliferação de candidatos, eleição fique polarizada entre esquerda e direita

Cláudia Eloi
claudia.eloi@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 05/06/2018 03:00

Diante da proliferação de candidatos à corrida presidencial, um grupo de parlamentares - dentre eles alguns pernambucanos - decidiu se unir para lançar hoje, no Salão Verde da Câmara dos Deputados, em Brasília, às 17h, um manifesto em defesa da construção de um bloco único de centro no primeiro turno para concorrer à Presidência. O objetivo, segundo os organizadores, é evitar a polarização entre a esquerda e blocos extremos, a exemplo do deputado Jair Bolsonaro (PSL). O desafio inicial, no entanto, é saber quem primeiro abrirá mão da candidatura em nome dessa unidade.

O lançamento do Manifesto por um Polo Democrático e Reformista foi organizado pelo senador Cristovam Buarque (PPS-DF) e pelo deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG). De Pernambuco, o movimento conta com o apoio do ex-ministro da Educação Mendonça Filho, do senador Jarbas Vasconcelos (MDB) e do deputado federal Augusto Coutinho (Solidariedade). “Meu partido tem candidato à presidência (Aldo Rebelo) e vou acompanhá-lo. Mas acho importante as forças de centro construírem candidatura única para ganhar a eleição. Corremos o risco de polarizar entre esquerda e direita e perdermos”, advertiu Coutinho.

De acordo com Cristóvam Buarque, a iniciativa visa conseguir um candidato único de centro ou concentrar em um número menor a quantidade de nomes. “Com essa dispersão (de candidatos) corremos o risco de levarmos a campanha para o segundo turno com os extremos”, alertou. Ao ser questionado pela reportagem como alcançaria essa unidade, o senador afirmou que o grupo estava fazendo a sua parte. “Se vamos conseguir ou não, vamos saber depois. Não tem partido assinando, não. São pessoas individualmente”, explicou. “Acho que se um ceder primeiro os outros virão. Um dos erros do PPS foi não ter tido candidato à presidência. Acho que o PPS não teria dificuldade. Se fosse eu ou Jungmann (ministro da Segurança Pública) abriríamos mão se tivéssemos mal na corrida eleitoral e não teríamos dificuldade em renunciar. Nós do PPS renunciaríamos e proporíamos a unidade”, completou.

O deputado federal Jarbas Vasconcelos participou do início das discussões em torno da elaboração do manifesto. Segundo sua assessoria, ele não assinou ainda porque o documento ficou pronto no final der semana e nesse período ele estava em Recife. O emedebista deve subscrever o manifesto hoje na solenidade. O documento conta ainda com o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e do ministro Aloysio Nunes. A ideia do grupo é iniciar conversas com os pré-candidatos Geraldo Alckmin (PSDB), Rodrigo Maia (DEM), Álvaro Dias (Podemos), Paulo Rabelo de Castro (PSC), Flávio Rocha (PRB).