Últimos ajustes pela aliança local Paulo Câmara vai hoje a Brasília para se encontrar com a cúpula nacional do PT e afinar o discurso pela união entre petistas e socialistas em Pernambuco

Rosália Rangel
rosalia.rangel@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 05/06/2018 03:00

Depois de passar duas semanas trabalhando para amenizar as consequências da greve dos caminhoneiros no estado, o governador Paulo Câmara (PSB) retoma as articulações políticas. Ontem, ele esteve com o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), e hoje volta a conversar com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Com a cúpula petista, Paulo Câmara tenta reeditar em Pernambuco a aliança local. A concretização do projeto, no entanto, ainda depende de algumas definições, inclusive, em outros estados onde os petistas também discutem coligações com o PSB.

Na semana passada, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, colocou mais um ingrediente no debate entre PSB e o PT, ao deixar claro que os socialistas não têm a intenção de fechar a aliança nacional com o PT e que a discussão ocorre em torno dos palanques estaduais. Em Pernambuco, as articulações de levar o PT para o bloco governista esbarra na ala do partido que defende a candidatura própria, tendo a vereadora do Recife Marília Arraes (PT) como o nome mais cotado para a disputa.

O impasse local levou a presidente nacional do PT, ao final de uma videoconferência com representantes do PT local realizada na semana passada, sugerir a criação de uma comissão para acompanhar as discussões com o PSB nacional envolvendo Pernambuco. Para formar o grupo foram escolhidos o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, o ex-prefeito do Recife João da Costa (PT) e um outro nome que defende a tese da candidatura própria, que ainda não foi escolhido.

Apesar da orientação de Gleisi, a comissão não foi convocada para a reunião de hoje com Paulo Câmara, que é vice-presidente nacional do PSB. Segundo Bruno Ribeiro, a líder petista confirmou a conversa com os socialistas, mas disse que não seria necessário a presença da comissão por se tratar de mais uma rodada de negociação.

De acordo com Glaucus Lima, primeiro vice-presidente do PT/PE, a comissão é formada por um nome de cada posição politica (um que defende a aliança e um indicado pelos grupos políticos que defendem uma candidatura própria). “Essa comissão vai para acompanhar, não é para opinar, porque a ideia é de construção do diálogo conosco e a gente ainda não fechou o outro nome  (da tese da candidatura própria)”, ressaltou. (colaborou Aline Moura)