Oposição faz protesto e bloqueia pauta Vice-presidente da Câmara ainda garantiu que quanto estiver na presidência da Casa irá pautar a anistia aos condenados pelo 8 de janeiro

Publicação: 06/08/2025 03:00

Grupo de parlamentares ocupou a Mesa Diretora da Câmara com esparadrapos na boca (SAULO CRUZ/AGÊNCIA SENADO)
Grupo de parlamentares ocupou a Mesa Diretora da Câmara com esparadrapos na boca

A oposição ao governo federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF) elevou o tom, ontem, após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante coletiva à imprensa em Brasília, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o senador Rogério Marinho (PL-RN) fizeram duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e anunciaram que parlamentares contrários à decisão entrarão em obstrução no Congresso Nacional, ocupando as mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado.

Ainda durante a coletiva, o vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), afirmou que, assim que o Hugo Motta (Republicanos-PB) se ausentar da presidência da Casa, vai pautar a anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. “Quando ficar na presidência, pautarei a anistia”, garantiu.

Com esparadrapos na boca, um grupo de 15 deputados iniciaram a ocupação da Mesa Diretora da Câmara e permaneçam sentados nas cadeiras da Casa para impedir os trabalhos do plenário até que se aprove uma anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, o impeachment de Moraes e a proposta de emenda à Constituição do fim do foro privilegiado. “Não sairemos daqui até os presidentes de ambas as Casas busquem uma solução de pacificar o Brasil”, disse o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ).

PREJUÍZOS
Com o fim do recesso parlamentar, estavam previstas votações e debates importantes no Congresso Nacional. Entre as prioridades neste segundo semestre estão a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação das bets e de títulos de investimentos isentos.  

A obstrução no Congresso Nacional ainda barrará a nomeação de pelo menos 11 autoridades de cinco agências. A Comissão de Infraestrutura do Senado Federal, presidida por Marcos Rogério (PL-RO), não fará as sabatinas dos indicados até que avance alguma proposta que favoreça Bolsonaro no Legislativo. Segundo o líder do partido na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), a expectativa é não votar nada nas comissões ao longo desta semana. (Correio Braziliense, Estadão Conteúdo e Metrópoles)