Um adversário que ainda é difícil de driblar Nervoso, Robinho avaliou a sua primeira entrevista coletiva como algo "pior do que esperava"

Diego Borges
Especial para o diario

Publicação: 16/05/2018 09:00

Transformar o lazer de jogar bola em uma fonte de renda ainda é o sonho de muitos jovens, como o atacante Robinho, prata da casa do Náutico. Porém, ao longo dos anos, a ascensão socioeconômica através do futebol tem se tornado ainda mais difícil. Com o processo de profissionalização do esporte, cada vez mais características alheias às quatro linhas são exigidas aos jogadores. Alimentação, preparação física, assimilação tática e outros aspectos são cobrados, entre eles a comunicação.

O desafio de enfrentar câmeras, iluminação, microfones e repórteres se torna ainda mais difícil que driblar zagueiros e acertar um chute em direção ao gol adversário. Porém, é um momento em que o jogador fica em evidência e, sabendo disso, ele, aos 19 anos, superou a ansiedade em sua primeira entrevista coletiva na carreira profissional.

“É complicado vir aqui (à sala de imprensa). Estava nervoso e ficava em casa treinando, pensando no que iriam perguntar e o que iria responder”, apontou Robinho, que espera fazer jus ao sobrenome “Brilhante”, escolhido pela avó. “Eu me esforço para ser um excelente jogador. Para brilhar, tenho que me esforçar.”

Morador do bairro da Guabiraba, praticamente vizinho ao CT Wilson Campos, o atleta contou a sua trajetória até chegar ao elenco profissional do Náutico e revelou a importância do técnico Dudu Capixaba na sua carreira. “Eu comecei no futsal do Santa Cruz e subi para o campo. Estava no sub-20 quando recebi o convite do Dudu (Capixaba), no ano passado.”

Robinho também demonstrou gratidão ao ex-técnico Roberto Fernandes, responsável pelo convite para o profissional, e reforçou a ligação com o seu ex-comandante no sub-20 alvirrubro. “O Roberto é um excelente treinador e cobrava bastante da gente, mas o Dudu foi o cara que me trouxe aqui para o Náutico. Quando a gente soube que ele vinha para o profissional, achei bom porque ele sabe a dificuldade que cada um tem”.

Com a marca já expressiva de 23 jogos na temporada, sendo 18 como titular, o atacante se espelha no ex-alvirrubro Erick (um ano mais velho), do Braga-POR, para chegar a um patamar ainda maior no futebol. “O Erick fez um excelente campeonato e eu me inspiro nele para, se Deus quiser, receber uma proposta boa como a dele para ajudar o Náutico na parte financeira e jogar numa equipe de boa estrutura”, declarou.

Robinho reconhece que ainda precisa evoluir, mas tem no companheiro Ortigoza a fonte de conselhos ideal para melhorar os fundamentos mais necessários. “Ele é um cara muito experiente e me alerta para ter calma na hora do último passe. Ele me dá muita informação também nos treinos, e nos jogos nós nos entendemos muito bem. Que essa parceria possa dar muitas alegrias ao Náutico.” Ao fim da entrevista, mesmo sorrindo e bem ambientado às câmeras, iluminação, microfones e repórteres, Robinho não se furtou ao avaliar a experiência: “É pior do que esperava.”