"Hora de resgatar o Santa Cruz" Em entrevista exclusiva ao colunista do DP Esportes Beto Lago, presidente do BRB fala sobre como pode ajudar clube no processo da SAF

Publicação: 06/05/2024 03:00

Uma foto agitou, nos últimos dias, o torcedor do Santa Cruz: estavam nela o presidente do clube, Bruno Rodrigues, o deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos-PE) e o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. De cara, nada de patrocínio do banco, um dos maiores incentivadores do esporte nacional. A ideia do presidente tricolor Bruno Rodrigues é usar a expertise e o conhecimento de Paulo Henrique Costa no processo que envolve a chegada da SAF ao clube. E por que escolheu o dirigente do banco de Brasília?

Paulo Henrique Costa é pernambucano e um apaixonado torcedor do Santa Cruz. Com mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, o presidente do BRB exerceu posições gerenciais na Caixa Econômica Federal e no Banco Pan Americano. Era vice-presidente de Clientes, Negócios e Transformação Digital da Caixa quando assumiu a presidência do BRB. O Banco de Brasília é uma sociedade de economia mista. O maior acionista é o Governo do Distrito Federal, com 71,92% das ações.

Nesta entrevista ao jornalista Beto Lago, colunista do DP Esportes, Paulo Henrique Costa falou sobre os primeiros passos nesta missão de ajudar o clube do coração, sobre seus momentos como torcedor – chegou a ser mascote do time nos anos 1980 – e sobre os projetos esportivos do BRB, que investe forte no automobilismo e no tênis nacional.

A entrevista completa está publicada no site do Diario de Pernambuco - DP Esportes.
 
Entrevista // Paulo Henrique Costa, presidente do BRB
 
DIARIO DE PERNAMBUCO - Claro que a primeira pergunta seria sobre essa reunião que o senhor teve com o presidente do Santa Cruz, Bruno Rodrigues, que contou também com o deputado Augusto Coutinho. O que foi tratado nesta reunião?
PAULO HENRIQUE COSTA -
Sou pernambucano, torcedor do Santa Cruz. A gente aqui no BRB vê o esporte como um fator de transformação social, de desenvolvimento de um conjunto de princípios e competitividade, de perseverança, de vitórias. E o BRB passou a se envolver diretamente com o esporte. A partir disso, fui procurado pelo deputado Augusto Coutinho para ter uma reunião com o presidente Bruno Rodrigues, para que a experiência que eu tenho com o esporte e com o mercado financeiro, e principalmente como torcedor do Santa Cruz, a gente pudesse iniciar um trabalho e que não envolve diretamente o BRB, mas, a minha experiência para estruturar uma SAF para o clube. A gente vê muitos nestes últimos anos uma experiência de sucesso com o Flamengo e viu como uma boa administração e uma boa profissionalização na sustentabilidade no caminho de um clube. Eu lembro ainda dos meus tempos de mascote do Santa Cruz, vendo o meu time sendo campeão algumas vezes, na década de 1980, com uma torcida enorme. Acredito que a gente tem um caminho de construção de uma empresa com governança e organização para colocar o Santa Cruz na posição que ele deveria estar e que sua torcida também merece.
 
DP - O temor é que aventureiros possam chegar no clube, que foi muito maltratado nestes últimos anos. Esse cuidado deve ser o ponto principal que a diretoria do Santa Cruz precisa ter e por isso que Bruno foi procurar o senhor para ajudá-lo neste processo?
PHC –
Esse foi um cuidado expressado pelo próprio presidente Bruno Rodrigues, no dia deste encontro, na primeira conversa que tivemos. E claro, é ele quem fala em nome do Santa Cruz. Mas o pedido que foi feito e o compromisso que assumi foi, exatamente, de levar essa expertise, essa experiência em gestão, em governança, do tempo que trabalho no mercado regulado como é o financeiro para que a gente traga seriedade, profissionalismo e respeitabilidade ao Santa Cruz, em qualquer iniciativa que seja construída. E tem muita gente séria no mercado. E serão essas portas que serão procuradas, para fazer uma construção que resgate e promova o clube, levando o Santa Cruz de volta ao crescimento que merece.

DP – Já teve algum contato com investidor? E no caso da Recuperação Judicial, isso atrapalha ou não na procura de um investidor?
PHC –
A Recuperação Judicial não interfere diretamente na estruturação que vamos trabalhar. Queremos criar uma unidade produtiva diferente, que é a SAF, utilizada para pagar as despesas da estrutura antiga. Sobre contatos com investidores, ainda estamos na fase de estruturação da operação. Nenhum investidor foi contactado.

DP – O senhor falou que foi mascote. Como o senhor enxergou este momento do clube, que não tem divisão em 2024 e passa por um dos momentos mais difíceis da sua história?
PHC –
Beto, acho que a vida de qualquer empresa, de qualquer clube é feita de altos e baixos. Neste momento, o que precisamos é olhar pra frente e buscar construir os caminhos com governança, com respeito, com profissionalismo, com seriedade, para que o Santa Cruz volte a ter a divisão que a gente merece. Um clube do tamanho do Santa Cruz, com essa torcida tão apaixonada, envolvida com o próprio patrimônio que o clube sempre teve, precisa estar na Primeira Divisão. É um caminho longo, mas, no final, o objetivo será da sustentabilidade, de conquistar cada vitória, de levantar títulos. Vamos de série a série para alcançar este objetivo final.

DP – Como é essa atuação do banco no esporte?
PHC –
Nossa atuação no esporte acontece em várias frentes. Em primeiro lugar, busca a promoção comercial do banco, expor a marca. Em segundo lugar, estabelecer vínculo com novos clientes, dos praticantes de esportes e até fomentar Brasília como uma cidade de grandes competições. Mas, claro, a gente tem o objetivo esportivo. De levar o Brasil às posições mais altas do pódio em qualquer modalidade esportiva.