Viaduto das Cinco Pontas: hora de sair
Equipamento, que sempre teve sua funcionalidade questionada, será retirado liberando a vista para o museu
Tânia Passos
taniapassos.pe@dabr.com.br
Publicação: 09/01/2013 03:00
Quando o Viaduto das Cinco Pontas foi erguido, em 1969, o acesso à Zona Sul era feito pelo Cais José Estelita e Avenida Imperial. Ambos faziam interligação com a Ponte Paulo Guerra, única existente na época. Segundo o então secretário de Planejamento do governo de Geraldo Magalhães, Waldecy Pinto, havia um conflito no tráfego devido à presença do antigo terminal rodoviário e do trem que fazia carga e descarga de açúcar interrompendo o trânsito no sentido Zona Sul. “Havia muita reclamação. O trânsito ficava interrompido por cerca de 15 minutos, provocando um grande congestionamento. E tinha, ainda, os ônibus do terminal. O viaduto foi importante naquela época para desafogar o tráfego na área”, afirmou Pinto.
Além de comprometer a visão do Forte das Cinco Pontas, um monumento histórico - com a aprovação do Iphan - , o viaduto perdeu logo a sua principal função. Segundo Waldecy Pinto, na década de 1970 houve a abertura da Avenida Agamenon Magalhães, as construções do Viaduto Capitão Temudo e a da Ponte Agamenon Magalhães.
“Passamos a ter outros acessos à Zona Sul. Além disso, o terminal rodoviário foi desativado e o trem não opera mais no local”, relatou.
Sem a mínima nostalgia, o ex-secretário de Planejamento do Recife defende a remoção do viaduto que ajudou a implantar. “De fato não tem mais função. O acesso à Boa Viagem pode ser feito sem precisar passar por ele”.
Sem data
A retirada do Viaduto das Cinco Pontas não tem data definida. Entre as medidas mitigatórias previstas pelo empreendimento Novo Recife está a reurbanização da área. “Esse viaduto já era para ter sido demolido há muito tempo e espero que isso possa acontecer o mais breve possível. O estrago que ele trouxe ao patrimônio histórico foi mais grave do que as torres gêmeas”, afirmou o arquiteto José Luís da Mota Menezes.
Ainda segundo Mota Menezes, a Avenida Cais José Estelita voltará a fazer ligação com a Avenida Cais de Santa Rita, como era antes. “Hoje o motorista sobe o viaduto e desce no Cais José Estelita e isso pode ser feito sem necessidade nenhuma do elevado”, ressaltou. Antes que o viaduto desabe, a Emlurb, informou que enviará técnicos ao local para verificar o trecho danificado na mureta de proteção.
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