Luz para ajudar a cicatrizar feridas
Pesquisadores da UPE desenvolvem equipamento com poder de reduzir tempo de cicatrização de ferimentos de diabáticos com feixe de luz e um gel
Alice de Souza
alicesouza.pe@dabr.com.br
Publicação: 25/04/2016 03:00
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Grupo que participa do projeto criou ferramenta para conseguir financiamento |
Um em cada quatro diabéticos desenvolverá “pé diabético” até o fim da vida. Condição que já atinge pelo menos 100 milhões de pessoas atualmente e é caracterizada pelo surgimento de úlceras de difícil cicatrização nos membros. São feridas que demoram, às vezes, anos para fechar. “O diabético tem alterações vasculares que impedem o fluxo do sangue, que carrega propriedades cicatrizantes e células do sistema imune, de modo habitual”, explica o professor adjunto de fisiologia da Universidade de Pernambuco (UPE) Bruno Carvalho.
Ele faz parte de um grupo de pesquisadores da UPE que pretende desenvolver um equipamento com poder de reduzir para dias essa cicatrização, utilizando apenas luz e um gel feito pela Unicamp. Com a professora associada de imunologia Patrícia Moura, a biomédica e doutoranda da UPE Luciana Mello e o empreendedor Caio Guimarães, ele desenvolve um aparelho portátil que utiliza ondas de luz nas cores azul, com capacidade bactericida, e vermelha, cicatrizante, para desinfectar e tratar uma ferida diabética em cerca de 15 dias.
O grupo lançou um crowdfunding, financiamento coletivo online, para viabilizar a construção dos protótipos e a realização de testes. Desde o último dia 8, o relógio deles conta regressivamente 60 dias. Esse é o tempo para arrecada R$ 80 mil e atingir a meta. Em pouco mais de duas semanas, eles já arrecadaram R$ 10 mil. O dinheiro será investido na contratação de pessoal, compra dos equipamentos, viagens, relatórios e também na confecção de recompensas para quem se disponibilizar a ajudar.
O valor mínimo solicitado é de R$ 20 e pode chegar a mais de R$ 2 mil. São 10 faixas de doações e, para cada uma delas, os ajudantes são recompensados com brindes que vão desde um postal até a utilização da própria marca no site e produto dos pesquisadores. Há por exemplo palestras, workshops e até um livro escritos por pessoas como a atriz Alessandra Maestrini e o apresentador Pedro Bial.
Com o dinheiro em mãos, o grupo pretende iniciar os testes no segundo semestre deste ano, com 20 a 60 pacientes da unidade referência para tratamento de pé diabético do Hospital Agamenon Magalhães. Eles vão verificar qual a intensidade e o tempo médio que a luz leva para finalizar o tratamento. Em 2017, o produto deverá ser disponibilizado para o mercado. “Já existe uma metanálise, a combinação de diversos estudos, comprovando o funcionamento da fototerapia para as lesões”, explicou a professora Patrícia Moura.
Como ajudar
Diabetes no mundo
- 8,5% da população adulta mundial é atingida pela doença
- 3,7 milhões de mortes todos os anos
- 422 milhões de diabéticos diagnosticados no mundo = Mais de 2 vezes a população brasileira
- O total de casos de diabetes é 4x maior do que em 1980
- Até 2030, será a sétima maior causa de mortes mundial
No Brasil
- 81% da população é acometida
- 8,8% das mulheres
- 7,4% dos homens
- 13 milhões de brasileiros com a doença
- 72 mil mortes anuais
Amputações
- Diabetes é a 2ª maior fonte de amputações não traumáticas no mundo
- As taxas de amputações nos membros inferiores são 10 a 20 vezes maiores em pessoas com diabetes
- 5 a 10 anos é o tempo médio do paciente até o diagnóstico com a doença
- 25% dos diabéticos vão desenvolver feridas ao longo da vida
- 15% dos diabéticos têm feridas = 70 a 100 milhões de pessoas
Em Pernambuco
190 mil pernambucanos têm a doença
No Recife
- 7,6% dos jovens são diagnosticados com diabetes
- 18% dos adultos mantêm alimentação rica em açúcar
- 14,9% têm o hábito de beber refrigerante frequentemente
Entenda o crowdfunding da BeOne
Capacidade de cada cor
- Azul: bactericida
- Vermelho: cicatrizante
- Verde: cosmética
A empresa precisa de 80 mil reais para custear a pesquisa e o desenvolvimento de protótipos
60 dias de campanha
50 dias restantes
R$ 10 mil é o valor arrecadado até agora
Conta para doações
Bradesco
Conta: 589889-7
Agência: 3201
Valores que podem ser doados
R$ 20 a mais de R$ 2000
Recomepensa aos doadores
Postais, adesivo, livro, camisa, palestras, workshops e utilização da marca nos produtos da empresa
Site:
http://www.ecodobem.com.br/projetos/beone-tecnologia-no-tratamento-da-diabetes/
Fonte: OMS, Sociedade Brasileira de Diabetes, Ministério da Saúde (Vigitel 2015)
Saiba mais...
Descoberta teve início em 2014