A bicicleta como meio de transporte
Rede cicloviária do futuro Plano de Mobilidade do Recife, que está sendo elaborado, terá como foco a locomoção de passageiros e a de carga
Tânia Passos
taniapassos.pe@dabr.com.br
Publicação: 24/07/2016 03:00
Enquanto a bicicleta for vista como brinquedo e não como veículo de transporte, não será respeitada e tampouco terá as garantias de circulação no sistema viário. Uma pesquisa feita no Plano Diretor Cicloviário (PDC) de 2013 já apontava que 77% dos ciclistas que circulam na cidade são trabalhadores. O futuro Plano de Mobilidade do Recife pretende estabelecer dois parâmetros para a bicicleta: meio de transporte de passageiros e de cargas. No primeiro caso, será abordado o compartilhamento dos diversos modais com a bike. No segundo, a importância na distribuição de bens.
O caminho para alcançar esses parâmetros depende de políticas de incentivo e de infraestrutura. Dentro das ações de estímulo está a participação do poder público e do setor privado, com pesquisas para incluir as bicicletas nas contagens, projetos viários e campanhas específicas para o tema. Na infraestrutura, a rede ciclável terá que ser inserida também nos projetos de pontes e viadutos, além de ações de arborização, bicicletários e paraciclos. Os equipamentos serão obrigatórios nas vias, em prédios residenciais, escolas, universidades, prédios públicos e áreas comerciais. Por último, será enfocada a intermodalidade com ônibus, BRT, VLT e metrô.
Do ponto de vista de políticas públicas, o futuro Plano de Mobilidade não difere muito do que já está previsto no Plano Diretor Cicloviário de 2013, mas traz diferenças em relação ao cronograma e os espaços para a implantação da rede cicloviária. “O PDC é extremamente otimista em termos de prazos e metas e não leva em conta outros planos da cidade”, revelou o secretário executivo de planejamento e mobilidade do ICPS, Sideney Schreiner.
O “otimismo” previsto no PDC acabou frustrando os cicloativistas. A coordenadora da Associação Metropolitana dos Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), a arquiteta e urbanista Sabrina Machry, revela que há um descrédito na execução do que já está aprovado. “O PDC previa 27 km de infraestrutura até 2015 e 44,5 km até 2017. A primeira meta não foi cumprida e dificilmente serão 107 km até 2024”, afirmou.
Enquanto aguarda uma infraestrutura mais segura, o entregador Everton Oliveira,22 anos, faz um verdadeiro malabarismo para transportar seis garrafões de água mineral de bicicleta pela Rui Barbosa. “Aqui tem que ficar esperto ou os carros batem na gente”, contou. O servente Anderson Azevedo, 30 anos, vai para o trabalho de bicicleta e aprendeu uma regra. “Não confio no sinal de trânsito. Mesmo quando está fechado tem alguém que não respeita”, revelou.
Dentro da hierarquia do sistema viário os transportes não motorizados são prioridade em relação aos motorizados. Na sequência: pedestre, ciclista, transporte público e, por último, o veículo individual. O secretário executivo do ICPS faz uma ressalva. “A bicicleta tem prioridade em relação ao ônibus do ponto de vista de segurança, mas para a cidade iremos priorizar nas vias a faixa para o transporte público, que beneficia um número maior de pessoas”, disse.
Rede cicloviária
Ações para os ciclistas previstas no Plano de Mobilidade
Rede cicloviária
HOJE
Total de rota ciclável: 41,63 km
Até 2024
Total de rota ciclável: 279,4 km
Rotas cicláveis implantadas no Recife
Zona Sul
Padrão do uso da bicicleta na RMR
Bicicletários e paraciclos a serem implantados
O caminho para alcançar esses parâmetros depende de políticas de incentivo e de infraestrutura. Dentro das ações de estímulo está a participação do poder público e do setor privado, com pesquisas para incluir as bicicletas nas contagens, projetos viários e campanhas específicas para o tema. Na infraestrutura, a rede ciclável terá que ser inserida também nos projetos de pontes e viadutos, além de ações de arborização, bicicletários e paraciclos. Os equipamentos serão obrigatórios nas vias, em prédios residenciais, escolas, universidades, prédios públicos e áreas comerciais. Por último, será enfocada a intermodalidade com ônibus, BRT, VLT e metrô.
Do ponto de vista de políticas públicas, o futuro Plano de Mobilidade não difere muito do que já está previsto no Plano Diretor Cicloviário de 2013, mas traz diferenças em relação ao cronograma e os espaços para a implantação da rede cicloviária. “O PDC é extremamente otimista em termos de prazos e metas e não leva em conta outros planos da cidade”, revelou o secretário executivo de planejamento e mobilidade do ICPS, Sideney Schreiner.
O “otimismo” previsto no PDC acabou frustrando os cicloativistas. A coordenadora da Associação Metropolitana dos Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), a arquiteta e urbanista Sabrina Machry, revela que há um descrédito na execução do que já está aprovado. “O PDC previa 27 km de infraestrutura até 2015 e 44,5 km até 2017. A primeira meta não foi cumprida e dificilmente serão 107 km até 2024”, afirmou.
Enquanto aguarda uma infraestrutura mais segura, o entregador Everton Oliveira,22 anos, faz um verdadeiro malabarismo para transportar seis garrafões de água mineral de bicicleta pela Rui Barbosa. “Aqui tem que ficar esperto ou os carros batem na gente”, contou. O servente Anderson Azevedo, 30 anos, vai para o trabalho de bicicleta e aprendeu uma regra. “Não confio no sinal de trânsito. Mesmo quando está fechado tem alguém que não respeita”, revelou.
Dentro da hierarquia do sistema viário os transportes não motorizados são prioridade em relação aos motorizados. Na sequência: pedestre, ciclista, transporte público e, por último, o veículo individual. O secretário executivo do ICPS faz uma ressalva. “A bicicleta tem prioridade em relação ao ônibus do ponto de vista de segurança, mas para a cidade iremos priorizar nas vias a faixa para o transporte público, que beneficia um número maior de pessoas”, disse.
Rede cicloviária
Ações para os ciclistas previstas no Plano de Mobilidade
- Implantação do PDC em cronograma (revisto)
- Padronização construtiva da rede ciclável
- Arborização da rede ciclável
- Padronização de paraciclos
- Paraciclos em polos geradores de tráfego e áreas comerciais
- Bicicletários em estações do metrô, BRT e VLT
- Incentivo do uso de bicicleta como meio de transporte
- Campanha de educação do pedestre, ciclistas e motoristas
Rede cicloviária
HOJE
Total de rota ciclável: 41,63 km
Até 2024
Total de rota ciclável: 279,4 km
Rotas cicláveis implantadas no Recife
Zona Sul
- 4 km de ciclovia na Via Mangue (integrada à ciclofaixa da Av. Antônio Falcão)
- 7,87 km de ciclovia na orla de Boa Viagem
- 1,41 km de ciclofaixa de Brasília Teimosa
- 3,5 km da ciclofaixa Arquiteto Luiz Nunes
- 0,45 km de ciclovia Shopping
- 1,7 km de ciclofaixa na Antônio Falcão
- 0,85 km de ciclofaixa Jardim Beira Rio
- 1,47 km de ciclovia na Avenida Norte
- 5 km de ciclofaixa Binário de Casa Amarela – Arraial x Encanamento
- 1,9 km de rota Marquês de Abrantes
- 2,3 km de ciclofaixa Cavouco
- 5,6 km de rota Tiradentes
- 3,2 km de rota Antônio Curado
- 2,4 km de rota Inácio Monteiro
- 22 vias do Bairro do Recife com uso compartilhado equitativo entre pedestres, veículos e ciclistas. (desde junho de 2014)
Padrão do uso da bicicleta na RMR
- 77% trabalhadores
- 13% estudantes
- 5% desempregados
- 4% aposentados
- 1% outros
Bicicletários e paraciclos a serem implantados
- 6.570 vagas de bicicletários até 2017
- 4.840 vagas de paraciclos até 2017
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