Bebês passam por exames

Publicação: 17/07/2016 03:00

Desde maio deste ano, o Recife tornou-se uma das poucas cidades brasileiras a realizar exames de eletrofisiologia ocular em bebês. Com uma máquina chamada Babyflash, adquirida pelo IOR, tornou-se possível investigar e identificar o potencial visual de crianças com meses de vida. A tecnologia está sendo aplicadas em bebês com síndrome congênita do zika, na rede particular, e há uma projeto em fase de captação de recursos para iniciar o trabalho também na rede pública.

O exame de eletrofisiologia permite verificar o funcionamento do olho. Em geral, ele é utilizado quando há uma desconfiança de que o bebê possui alguma alteração neurológica e de que ela compromete a visão. “São colocados eletrodos na criança e, através de impulsos elétricos, são obtidas ondas cerebrais ou provenientes da retina. Elas são interpretadas para ver como está o funcionamento do sistema visual”, afirmou a oftalmologista Marisa Kattah.

O resultado desse teste são comparados aos de exames de imagem tradicionais. Geralmente, são submetidos ao Babyflash pacientes que já realizaram antes exames de tomografia ou ressonância. Quatro bebês com microcefalia fizeram o exame desde a chegada da máquina ao estado. “Nesses pacientes, já sabemos que eles podem ter lesão na retina e no nervo óptico ou só lesões cerebrais. Em alguns deles, percebemos a cegueira cortical (quando a informação chega ao cérebro, mas ela não pode ser processada e devolvida em imagem)”, detalha a médica.