MTST » Protesto e tiros na Avenida Agamenon

Publicação: 22/02/2017 03:00

Pelo menos dez integrantes do MTST foram detidos (RICARDO FERNANDES/DP)
Pelo menos dez integrantes do MTST foram detidos
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) pretendiam ocupar ontem à tarde a sede da Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab), que funciona no mesmo prédio do Instituto de Criminalística (IC), da Delegacia de Plantão de Flagrantes da Capital e do 13º Batalhão da Polícia Militar (13º BPM), na Avenida Agamenon Magalhães. Os manifestantes chegaram a entrar no prédio da Cehab e quebraram vidraças e janelas, mas acabaram entrando em confronto com os policiais do 13º BPM. Não demorou muito para chegar reforço e a confusão se estendeu para a Avenida Agamenon Magalhães.

Quem passava pela via se assustada com os tiros. A cena resultou em imagens que em pouco tempo foram divulgadas nas redes sociais. O confronto, que iniciou por volta das 15h30, durou poucos minutos e acabou com a prisão de cerca de dez integrantes do movimento e do advogado Caio César Moura, que foi ferido na perna por uma bala de borracha. “Houve uma truculência desproporcional da ação da polícia, inclusive com arma letal. Nós encontramos cartucho de pistola .40. Vamos denunciar ao Ministério Público”, afirmou a advogada Ana Cecília Gomes, que também estava no protesto. De acordo com a assessoria da Polícia Militar , não houve uso de arma letal, apenas com balas de borracha.

Um policial militar do 13º BPM, que não quis se identificar, disse que pensava que ladrões iam explodir o caixa eletrônico do Bradesco, que funciona no térreo, ao lado de uma das entradas do batalhão. “O que se faz quando tem alguém invadindo a nossa casa? Nós saímos prontos para o confronto ”, afirmou. O secretário estadual de Habitação e presidente da Cehab, Bruno Lisboa, disse que os manifestantes, ao que tudo indica, não sabiam que o 13º BPM era ao lado da Cehab. “Não sei de onde são essas pessoas. Quem integra os movimentos sociais sabe que aqui funcionam vários órgãos no mesmo prédio, inclusive a polícia”, disse.

REUNIÃO
De acordo com o secretário Bruno Lisboa, os integrantes do MTST invadiram um terreno ao lado do Terminal Integrado do Barro e ontem estava prevista uma reunião com o movimento para discutir a pauta de reivindicações, mas acabou sendo cancelada. “Pedimos o adiamento da reunião, enquanto tentávamos encontrar uma alternativa e fomos surpreendidos com a invasão do prédio e depredação do patrimônio público”, criticou o secretário. Segundo ele, o fato não irá interromper o canal de diálogo. “A orientação do governador é manter o diálogo com os movimentos sociais”, revelou. Já os integrantes do MTST disseram que a invasão do prédio foi para reabrir negociações.