A repressão monarquista

Publicação: 04/03/2017 09:00

Num país de analfabetos, os líderes revolucionários maçons eram gente de classe média com alguma instrução: padres, advogados, oficiais etc. Dentre esses, o padre Roma, Domingos Martins, José Luiz Mendonça e Padre Miguelinho foram fuzilados na Bahia, Já os militares Domingos Teotônio, Leão Coroado, e os paraibanos José Peregrino, Amaro Coutinho e Francisco da Silveira foram enforcados, no Recife.

Depois de mortos, seus corpos eram esquartejados. E suas cabeças, que pensaram o “crime” de se rebelar contra o rei, e as suas mãos, que executaram esse crime, eram expostas em lugares públicos. O corpo do padre João Ribeiro - um homem pacífico, benquisto de todos -, foi exumado e sua cabeça ficou exposta na ponta de uma vara numa praça do centro do Recife, durante dois anos. E cerca de oitocentos soldados, aos quais se prometera anistia, foram desterrados e mandados para guerrear no Uruguai. Desses, pouquíssimos conseguiram voltar à sua terra e às suas famílias, e somente após a Independência, cinco anos depois.

A “rafameia de pés descalços, que havia respirado os vapores de uma igualdade impossível, mas saborosa para ela”, nas palavras de um português, também foi castigada com muita violência. Os homens do povo recebiam açoites em praça pública, e as mulheres, bolos de palmatórias nas mãos.

Centenas de pernambucanos, entre os quais frei Caneca, o general Suassuna e o coronel Pedro Pedroso, além de muitos paraibanos, potiguares e alguns cearenses do Crato, também penaram nas masmorras da Bahia por quatro anos, até serem anistiados, em 1820. E os sobreviventes voltaram para participar dos eventos que de novo abalariam o Nordeste, nos anos seguintes.