Cabo da PM deverá ser levado a prisão federal
Integrante de grupo de extermínio foi primeiro de cinco foragidos a se apresentar à polícia
Publicação: 22/03/2017 03:00
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Quadrilha é suspeita de assassinato ocorrido no dia 9, em Campo Grande |
O cabo da Polícia Militar Cláudio da Silva Melo, que se apresentou ontem à Polícia Civil após ter prisão temporária decretada pela Justiça, deve ser enviado para cumprir pena na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, por ser considerado um preso de alta periculosidade. Melo é suspeito de integrar um grupo de extermínio atuante na Zona Norte do Recife, com forte ligação com o tráfico de drogas na região.
Segundo as investigações, ele está envolvido no assassinato de Luciano Pereira da Silva, o Lúcio da Bomba, morto a tiros no último dia 9 no bairro de Campo Grande, e pela tentativa de homicído contra o policial militar Eduardo Leite da Silva, na mesma ocasião. Lúcio, segundo investigações, pertencia ao grupo de exterminínio rival. O cabo está preso no Centro de Reeducação da Polícia Militar de Pernambuco (Creed) à disposição para ouvidas da polícia. O delegado Alfredo Jorge está à frente do caso.
O chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle, disse que o cabo pode colaborar com as investigações e ajudar a desarticular os grupos. No entanto, segundo ele, Cláudio permaneceu calado na primeira ouvida. “Se ele ajudar a polícia, podemos rever essa decisão de enviá-lo para Catanduvas. Temos 30 dias de temporária que podem ser prorrogados por mais 30”, disse. Kehrle acrescentou que no Creed ele está em segurança.
Cláudio foi o primeiro a se apresentar. “Não há dúvidas da participação dele no assassinato”, disse Kehrle. A polícia está à caça de mais quatro suspeitos do assassinato em Campo Grande, também integrantes do grupo de extermínio. Estão foragidos Denilson Moreira da Silva, José Roberto de Farias e Tancredo Teixeira. Todos integram o grupo de Marcos Antônio de Souza, o Marcos do Galo, que foi expulso da Polícia Militar e também está à solta. Lúcio e Marcos eram parceiros, mas passaram a atuar de forma independente, o que deu início à guerra entre os grupos.
O cabo Cláudio não responde por outros processos dentro da corporação, segundo o chefe da Polícia Civil. Até agora o grupo de Marcos do Galo teria envolvimento com oito homicídios.