Futura sede do Elefante é alvo de disputa Imóvel cedido pelo governo do estado ao tradicional clube carnavalesco vem sendo ocupado por uma ONG que se recusa a deixar o local

CAMILA ESTEPHANIA

Publicação: 06/08/2025 03:00

O Elefante informou que pretender reformar o imóvel (RAFAEL VIEIRA/DP FOTO)
O Elefante informou que pretender reformar o imóvel
Com 73 anos de tradição cultural, o Clube Elefante de Olinda enfrenta uma disputa para estabelecer sua sede em duas casas localizadas na Avenida Sigismundo Gonçalves, no bairro do Carmo, no Sítio Histórico do município. Os imóveis foram cedidos à agremiação pelo Governo de Pernambuco, em decreto de 2022, mas um deles continua ocupado irregularmente pela ONG Defesa Estadual Integrada da Criança e do Adolescente e Família (Deica), que estaria no local há 5 anos e se recusa a sair.

Presidente e fundador da ONG, o empresário Paulo Fernando Marinho da Silva afirma que só sai do endereço se receber indenização. Ele alega ter feito investimentos no terreno. Já o Elefante argumenta que, desde a cessão onerosa das casas, somente ele ou parceiros poderiam reformar ou modificar a estrutura das casas. 

Segundo o Elefante de Olinda, em abril de 2024, a Deica enviou uma carta ao Elefante, pedindo permissão para usar o espaço. Entretanto, a diretoria da agremiação diz que não autorizou essa permanência.

Um ano depois, o Clube levou uma notificação extrajudicial para solicitar a retirada voluntária da Deica, que ignorou o pedido. Na casa vizinha, também cedida ao Elefante, havia outra ocupação irregular, mas os ocupantes decidiram que vão deixar o imóvel após a notificação. 

Em entrevista ao Diario, o presidente da Deica relatou que a ONG funciona das 8h às 19h e atuaria com doações de cadeiras de rodas, aparelhos auditivos, cestas básicas, sopão e aulas de capoeira. Trajado com a farda da Deica, Paulo diz que os membros da organização cuidam da área e “botam pra sumir” aqueles que estiverem praticando atividades ilícitas nas redondezas. 

Já o Elefante diz que contratou um escritório de arquitetura jpara restaurar as casas.  Após a conclusão das obras, a previsão é que a sede funcione como reserva técnica para as fantasias e materiais do bloco. “Funcionará como um espaço de salvaguarda do frevo”, ressalta Bruno.