Diego, do canavial para as obras do templo

Publicação: 22/04/2017 09:00

No distrito de Jussaral, ter uma renda significa quase sempre trabalhar na cana ou em outras culturas agrícolas. Diego Santana da Silva, 19 anos, tem uma profissão de nome pouco conhecido nas capitais: bituqueiro. É aquele que junta a cana para a máquina passar e recolher. Na entressafra, é ajudante de pedreiro. Construiu, com outros jovens de Jussaral, a Igreja Nossa Senhora Aparecida. Com o trabalho temporário, reforçou a renda minguada.

Diego faz parte de uma geração de jovens de Jussaral que frequentou a creche rural montada pelos católicos e conheceu de perto a irmã Colette. “Ela ensinava tudo de bom para a gente. Era séria, mas era uma boa pessoa. Era que nem uma mãe: dava conselhos, colocava regras”, lembra.

Pela creche, calcula-se terem passado cerca de seis mil crianças. Hoje, são 90 beneficiadas, de zero a quatro anos. A prefeitura, através de convênio com a Secretaria de Educação, banca os custos da creche que, por 30 anos, foi mantida com verba enviada da França, através do projeto chamado Os Amigos de Jussaral. Naquele país, franceses voluntários montaram uma fábrica de suco de maçã, cuja renda obtida com a venda do produto era revertida para a creche do distrito.

Diego: bituqueiro e ajudante de pedreiro
Morador que junta a cana para a máquina passar e recolher exerce outro ofício na entressafra. Ele construiu, com outros jovens, a Igreja Nossa Senhora Aparecida. Com o trabalho, reforçou a renda de casa