Fonte de lendas coloniais

Publicação: 21/04/2017 03:00

Mesmo erguido durante o Império, o chalé e seu entorno são fontes de histórias que remetem ao período colonial. Uma delas versa sobre uma dona de engenho chamada Branca Dias, que, perseguida por ser judia, teria jogado suas baixelas de prata no açude antes de morrer. O nome do manancial surgiu dessa tradição. O historiador Leonardo Dantas Silva esclarece que muitas versões envolvendo a dona do engenho são lendas, inclusive a de que Branca Dias teria morado no imóvel. “Ela viveu até a metade do século 16 e o imóvel é do século 19”, explica.

Outra história desmistificada por Dantas Silva é de que Branca teria sido condenada pela inquisição. “A inquisição chegou a Pernambuco em 1593, quando ela e o marido já estavam mortos. As filhas do casal participaram do processo, mas nunca foram queimadas vivas”, observou. Mais detalhes estão no livro Gente da nação, de José Antônio Gonçalves de Melo, que conta a passagem de cristãos-novos e judeus em Pernambuco, entre os anos 1542 e 1654.