Publicação: 22/04/2017 09:00
Os filhos de Severina Maria Ferreira, 74 anos, cuidavam uns dos outros sozinhos quando eram crianças. A mãe, cortadora de cana, passava 12 horas por dia trabalhando para comprar alimento. Não tinha com quem deixá-los. Tanta luta, tanta miséria e quatro crianças terminaram morrendo em meio a crises de disenteria e vômito. E Severina nem sabia do que se tratava. Era o mal da desnutrição infantil.
Severina, o marido e os filhos viviam em situação de miséria. Quando a creche rural chegou a Jussaral, ainda houve tempo para colocar dois filhos no espaço. Já foi alívio. Durante toda a sua vida ela precisou pedir a uma vizinha para “olhar” os meninos e meninas dela quando pudesse. Ainda lembra da comida precária. “Era uma sardinha para dividir entre todo mundo”. O leite da vacaria mantida pelo padre Carlos também salvou parte da meninada da fome. “Padre Carlos vinha na casa da gente, perguntava se precisava de alguma coisa. Me trazia remédio, comida. Nem parecia que era rico. Parecia que era pobre”, lembra.
Severina, hoje aposentada, é uma sobrevivente de um tempo de miséria, de um lugar onde faltava de tudo. Mora em uma casinha pequena, junto com um dos filhos. Sofre com diabetes. Mas garante: a situação atual em nada se compara à vivida por ela quando jovem. “Hoje tem seguro-desemprego, Chapéu de Palha. Hoje a gente tá rico”, compara.
Histórias de pobreza, sofrimento e esperança
Severina, o marido e os filhos viviam em situação de miséria. Quando a creche rural chegou, houve tempo de matricular dois filhos. Durante toda a sua vida ela precisou pedir a uma vizinha para “olhar” os meninos
Severina, o marido e os filhos viviam em situação de miséria. Quando a creche rural chegou a Jussaral, ainda houve tempo para colocar dois filhos no espaço. Já foi alívio. Durante toda a sua vida ela precisou pedir a uma vizinha para “olhar” os meninos e meninas dela quando pudesse. Ainda lembra da comida precária. “Era uma sardinha para dividir entre todo mundo”. O leite da vacaria mantida pelo padre Carlos também salvou parte da meninada da fome. “Padre Carlos vinha na casa da gente, perguntava se precisava de alguma coisa. Me trazia remédio, comida. Nem parecia que era rico. Parecia que era pobre”, lembra.
Severina, hoje aposentada, é uma sobrevivente de um tempo de miséria, de um lugar onde faltava de tudo. Mora em uma casinha pequena, junto com um dos filhos. Sofre com diabetes. Mas garante: a situação atual em nada se compara à vivida por ela quando jovem. “Hoje tem seguro-desemprego, Chapéu de Palha. Hoje a gente tá rico”, compara.
Histórias de pobreza, sofrimento e esperança
Severina, o marido e os filhos viviam em situação de miséria. Quando a creche rural chegou, houve tempo de matricular dois filhos. Durante toda a sua vida ela precisou pedir a uma vizinha para “olhar” os meninos