Publicação: 08/07/2017 09:00
Nem a chuva característica dos meses de junho e julho do Recife impede que a ambulante Mariane Rosendo, 26 anos, saia de casa para trabalhar. Pelo contrário, confessa ela. “Com chuva, o trânsito fica ainda pior, o que é bom para mim”, diz. Mãe de três crianças, ela vende pipoca doce e salgada para garantir o sustento da família, que vive no bairro da Joana Bezerra, área central do Recife. Antes de sair, Mariane organiza os filhos. Mateus Henrique, 7, e Ana Vitória, 5, vão para a escola, enquanto Davi Luiz, 2, fica com a avó materna. Por volta das 8h30, ela deixa a casa e segue a pé para a Avenida Frei Matias Teves, na Ilha do Leite, um dos pontos mais engarrafados do bairro.
Das 9h às 19h30, caminha entre carros, ônibus, motos e bicicletas vendendo pipocas. Foi a primeira mulher a chegar ao ponto, até então dominado por homens. “Cheguei e foram todos muito respeitosos comigo. Tem espaço para todo mundo. Hoje, tem mais mulheres aqui comigo. Algumas são minhas amigas”, conta. Apesar de passar mais de dez horas trabalhando por dia, cada pipoqueiro da avenida ganha cerca de R$ 100 por semana, ou seja, menos da metade de um salário mínimo por mês. “É melhor do que nada. Eu trabalhava como manicure, mas fui ficando sem clientes com essa crise.”
Ser mulher em um meio majoritariamente masculino, como é o dos pipoqueiros, tem vantagens, diz Mariane. “Os motoristas parecem confiar mais nas mulheres”, conta. A falta de confiança dos condutores e passageiros em relação aos vendedores de pipoca do Recife começou em 2014, quando surgiram as primeiras denúncias de assaltos praticados por falsos pipoqueiros no trânsito da cidade. Em abril de 2015, houve reforço do policiamento na Avenida Agamemon Magalhães, principal alvo dos criminosos, segundo as denúncias, por ser uma via de grande fluxo e trânsito parado. No último dia 20, aconteceu a última prisão feita pela Polícia Militar de um homem suspeito de se passar por pipoqueiro para assaltar.
Das 9h às 19h30, caminha entre carros, ônibus, motos e bicicletas vendendo pipocas. Foi a primeira mulher a chegar ao ponto, até então dominado por homens. “Cheguei e foram todos muito respeitosos comigo. Tem espaço para todo mundo. Hoje, tem mais mulheres aqui comigo. Algumas são minhas amigas”, conta. Apesar de passar mais de dez horas trabalhando por dia, cada pipoqueiro da avenida ganha cerca de R$ 100 por semana, ou seja, menos da metade de um salário mínimo por mês. “É melhor do que nada. Eu trabalhava como manicure, mas fui ficando sem clientes com essa crise.”
Ser mulher em um meio majoritariamente masculino, como é o dos pipoqueiros, tem vantagens, diz Mariane. “Os motoristas parecem confiar mais nas mulheres”, conta. A falta de confiança dos condutores e passageiros em relação aos vendedores de pipoca do Recife começou em 2014, quando surgiram as primeiras denúncias de assaltos praticados por falsos pipoqueiros no trânsito da cidade. Em abril de 2015, houve reforço do policiamento na Avenida Agamemon Magalhães, principal alvo dos criminosos, segundo as denúncias, por ser uma via de grande fluxo e trânsito parado. No último dia 20, aconteceu a última prisão feita pela Polícia Militar de um homem suspeito de se passar por pipoqueiro para assaltar.