Pais de um admirável mundo novo Neste Dia dos Pais, Diario conta histórias de homens que precisaram entrar no universo dos filhos para lhes prover amor e proteção

texto: ANAMARIA NASCIMENTO
anamaria.nascimento@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 14/08/2017 03:00

O pai e o tio de Eyshila, 10 anos, são gêmeos idênticos. Quando chegam a festas da família confundem alguns parentes. A única que sabe exatamente quem é quem é a menina. Ela nasceu quando a dona de casa Alcione Cardoso, 35, estava na 26ª semana de gestação. Veio ao mundo sem enxergar por causa de uma retinopatia da prematuridade. Não vê com os olhos, mas “enxerga” com as mãos. O toque do pai, o engenheiro mecânico Joelmir Arantes, 35, é uma das principais formas de comunicação que conhece. “Às vezes meu tio chega e toca em mim, mas sei logo que não é meu pai”, conta. Na casa de Joelmir e Eyshila, a comunicação não é igual à da maioria dos pais e filhos. “Claro que o afeto é muito importante em todos os casos, mas com a minha filha o toque tem um significado especial. O contato físico é uma forma de dizer algo”, diz o pai.

Além de Joelmir, outros pais pernambucanos,  cujas histórias são contadas nesta edição, fazem de tudo para se comunicar com os filhos que têm necessidades especiais. São pais que perceberam que os obstáculos são menores do que a vontade de “ouvir” - por palavras, toques ou sinais - um “eu te amo”. Como qualquer outro que comemora seu dia neste domingo.