PM implantará modelo de policiamento japonês Sistema de vigilância comunitária Koban será implementado sob supervisão de policial nipônico

Publicação: 22/11/2017 03:00

Osistema de policiamento comunitário japonês Koban começará a ser implantado em Pernambuco, com supervisão de nipônicos. Considerado modelo, esse tipo de atuação, que preza pelo atendimento humanizado à população, também já foi exportado para outros países em desenvolvimento com altas taxas de violência, como Honduras e Indonésia. No Brasil, 15 estados vão aprender a implantar o Koban, termo que se refere a estações policiais no Japão desde o século 19.
O subcomandante geral da Polícia Militar de Pernambuco, coronel André Cavalcanti, recebeu ontem, no Quartel do Derby, uma delegação japonesa que veio ajudar a implantar o Koban. O projeto chega ao estado graças a um acordo de cooperação da Agência de Cooperação Internacional do Japão e a Secretaria Nacional de Segurança Pública.
Durante um mês, o policial japonês Tsoyoshi Onozato fará o acompanhamento do trabalho da PM no Recife e em Caruaru, orientando o efetivo local para adequar-se ao sistema. Para Onozato, o primeiro passo em direção ao sucesso da iniciativa em Pernambuco já foi dado, que é apresentar os problemas da segurança local de forma transparente. “Sem essa honestidade, por mais que a gente queira ajudar, não daria certo”, disse.
O asiático será ciceroneado em Pernambuco pelo major José Cícero de Oliveira Júnior, considerado um entusiasta do programa. “De nada adiantaria a gente montar qualquer coisa para mostrar para os japoneses”, destacou o oficial pernambucano, acrescentando que o momento é de aprendizado.
Enquanto Onozato estará em Pernambuco, a Secretaria Nacional vai enviar ao Japão, na sexta-feira, representantes de 15 estados brasileiros. De Pernambuco, o escolhido foi o major Alex Bezerra. Junto com os demais, ele fará o curso de operador do sistema Koban, retornando ao Brasil no dia 9 de dezembro.
O coronel Cavalcanti assegurou que todos os níveis de comando estarão representados no seminário que vai fechar a experiência dos japoneses, ao fim do mês de estágio prático. “Em outras tentativas que fizemos, o processo ficou muito pessoal, diferentemente de agora, quando estamos procurando envolver todos que querem colaborar”, disse o subcomandante geral, lembrando que esse diferencial o deixa ainda mais otimista com a retomada.
Também participaram da reunião de ontem, no Derby, o diretor da agência japonesa no Brasil, Akio Saito, o representante da Secretaria Nacional Luciano Ribeiro, a policial japonesa Hisami Ohashi, o diretor da Diretoria de Articulação Social e Direitos Humanos da PM, coronel Basílio, e o diretor adjunto da Diretoria Integrada do Interior 1 (Zona da Mata e Agreste), coronel Reinaldo Mesquita.