Parques têm estilos bem peculiares Apesar de estarem na mesma Zona Norte do Recife, os parques Santana, Apipucos e Macaxeira apresentam características diferentes entre si

Anamaria Nascimento
anamaria.nascimento@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 23/04/2018 03:00

Opções de lazer na Zona Norte do Recife, os parques Santana, Apipucos e Macaxeira provam que as áreas verdes da região vão além do Parque da Jaqueira. Entre si, porém, apresentam diversas diferenças. O de Santana tem vocação maior para eventos e conta com uma grande parcela de verde. Na Macaxeira, a procura de adolescentes e adultos para praticar esportes deixa o espaço público lotado de domingo a domingo. Destoando dos demais, o de Apipucos apresenta vários sinais de abandono do poder público. Os quiosques construídos em 2012 para a inauguração do parque não funcionam. A pista de caminhada está cedendo, e o parque infantil tem vários equipamentos quebrados. A sensação de descuido afasta moradores do bairro, que preferem se deslocar até a Jaqueira para frequentar um espaço com qualidade.

Para este ano, a Prefeitura do Recife prometeu ações para manter os parques e melhorar a integração deles à rotina dos moradores da Zona Norte. Uma das estratégias para isso é promover festivais gastronômicos, eventos musicais e colônias de férias nos parques para aumentar a frequência dos recifenses e de pessoas da Região Metropolitana do Recife. É o que já tem feito a Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer da cidade, que gere os parques Santana e Macaxeira.

“Assumimos a gestão dos parques para trazer mais pessoas para eles. Eram estigmatizados como espaços públicos sem segurança. Temos um plano de melhorias na infraestrutura e também um planejamento para a realização de eventos”, ressaltou a secretária de Turismo, Esportes e Lazer do Recife, Ana Paula Vilaça.
 
Depoimentos
O que a população pensa sobre os espaços públicos da sua região

Parque Santana
“Venho praticamente todos os dias ao parque para fazer caminhada. Passei a frequentar o parque há seis meses. Quando dá, faço o exercício em dois turnos. Se não, em um só. Além da localização, pois moro muito perto, o que mais gosto é o fato de ser seguro. Faço minha caminhada tranquilo, pois sempre tem uma viatura da Polícia Militar fazendo rondas por aqui”
Sebastião Gadelha, 68 anos, empresário, frequentador do Parque Santana Ariano Suassuna
 
Parque de Apipucos
“É o parque mais próximo à minha casa e hoje só frequento por esse motivo. Infelizmente, percebo que há um abandono por parte do poder público. Isso acaba afastando possíveis frequentadores. Antes eu ia para a Jaqueira, mas faço questão de caminhar aqui e cobrar melhorias. Muitos vizinhos e moradores do bairro não fazem o mesmo. Preferem continuar indo para a Jaqueira”
Ivete Barros, 65 anos, dona de casa, frequentadora do Parque de Apipucos Maximiano Campos
 
Parque da Macaxeira
“Pelo menos uma vez por semana estamos aqui. Minha filha ama e fica cobrando para brincar no parquinho e comer pipoca. Aproveito minhas folgas para trazê-la. Ela fica muito feliz. O que mais gosto é a proximidade de casa, o verde e a excelente área infantil. Os equipamentos são bem cuidados e adequados a várias idades”
Thiago Silva, 31 anos, gerente de pizzaria, e Júlia Silva, 4 anos, frequentadores do Parque Urbano da Macaxeira
 
Entre a conservação e a falta de atenção
 
Construído em 1958, o Parque Santana contava inicialmente com 26 mil metros quadrados. Em 2012, recebeu uma expansão e hoje tem 63 mil metros quadrados, sendo mais de 40% de área verde. Entre os equipamentos estão campo de futebol, quadras de tênis, basquete e futebol de salão, além de três parques infantis, duas academias da cidade, pistas de skate e cooper, e ciclovias de 600m e 1km. Outras atrações como o Parcão, espaço exclusivo para cachorros, e a pista de bicicross de alto rendimento tornaram o espaço mais atrativo.

Já o Parque Urbano da Macaxeira, no bairro homônimo, foi reinaugurado em 2016 depois de passar por melhorias. Foi inaugurado em 2014, mas problemas elétricos e de drenagem determinaram o fechamento temporário do espaço público. Após os reparos foi reaberto e hoje conta com campo de futebol, quadras poliesportivas, pista de skate, bicicross, pista de cooper com 1,5km, ciclovia com 1,5km, parques infantis, anfiteatro, banheiros públicos, praça de alimentação, sala de administração, guaritas de segurança e Academia Recife espalhados em 100 mil metros quadrados.

A apenas um quilômetro de distância do Parque da Macaxeira, o Parque de Apipucos tem realidade bem diferente. Dez vezes menor que o “vizinho”, o espaço público não tem um brinquedo infantil em bom estado de conversação. O balanço está quebrado e interditado, a casinha de madeira está praticamente coberta por um matagal que cresce na área onde deveria haver crianças se divertindo. Uma ponte de madeira que faz parte do brinquedo está sem as cordas de proteção e oferece risco aos usuários.

A manutenção do espaço é de responsabilidade da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), que informou realizar a limpeza da área. “A fiscalização é realizada periodicamente visando manter o espaço sempre atrativo para a população. Sobre as demandas apontadas, a Emlurb informa que está finalizando um levantamento das ações necessárias para os reparos no parque. Após esse levantamento, o órgão irá em buscar de recursos para a realização dos serviços”, respondeu por nota.