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Um clube mais antigo que o próprio frevo
Fundado em 1902, O Leão voltará a desfilar, no carnaval de 2019, após hiato de nove anos
Publicação: 18/06/2018 03:00
Leões, camelos, girafas, coelhos e cisnes. No carnaval de Vitória de Santo Antão, a “bicharada” fica solta. Mais de 150 troças, agremiações e clubes, a maioria com nome de animais, fazem a folia de Momo na cidade da Mata Sul. Dos gloriosos carnavais de clube e de desfile com carros alegóricos nas ruas, muito se perdeu, mas um grupo está determinado a resgatar o carnaval de antigamente. O clube Abanadores O Leão, de 1902, estava sem desfilar desde 2010. No carnaval de 2019, a agremiação voltará às ruas, com desfile às 19h do domingo.
O clube tem o orgulho de se dizer mais antigo que o frevo, ritmo considerado Patrimônio Imaterial da Humanidade em 2012 pela Unesco, e oficializado desde 1907. O Leão já tinha cinco anos. “Como música, o frevo já existia, claro, mas não oficializado e com esse nome”, explica o presidente do clube, Paulo Roberto Arruda.
Os diretores do clube garantem que os carnavalescos do Rio de Janeiro aprenderam a fazer desfiles com carros alegóricos na cidade. Nos anos 1920, os ranchos carnavalescos eram a maior atração do carnaval de rua do Rio. Precursor da escola de samba, o rancho teve a primeira agremiação, “Reis de Ouro”, de 1893, criada pelo pernambucano Hilário Jovino Ferreira. Ele foi responsável por apresentar novidades aos cariocas, como a criação de enredo, o uso de instrumentos de cordas e de sopro.
Depois, contam os diretores do Abanadores, um grupo de carnavalescos do Rio passou uma temporada de imersão no carnaval de Vitória para entender a tecnologia dos carros alegóricos. Os esboços dos carros dos anos 1960 e 1970 são guardados e exibidos com orgulho no arquivo do clube. “O desfile era como os do Rio de Janeiro. Havia um tema, abre-alas, os carros”, conta Arruda
Na década de 1960, o carnaval de Vitória atingiu o auge. “Éramos o maior carnaval do interior do estado. Naquela época, as TVs faziam as aberturas dos telejornais locais daqui. Reportagens sobre a festa eram exibidas em programas nacionais”, conta o diretor social do clube O Leão, Roberto de Deus. Além dos desfiles com carros alegóricos, havia as festas no clube com fantasias, marchinhas, confete e serpentina.
Para o próximo ano, o grupo promete um retorno para fazer os mais saudosos relembrarem o carnaval de antigamente. O Leão vai desfilar com carro alegórico, orquestra e estandarte pelas ruas de Vitória a partir das 19h do domingo. “Nosso tema será a história do clube. Vamos contar essa trajetória na decoração do carro e nas fantasias”, adianda Arruda.
Outros bichos
Depois que o clube Abanadores ganhou o complemento O Leão, a maioria das agremiações de Vitória receberam nomes de bichos. A concorrência entre eles é acirrada, especialmente no carnaval. Poucos, porém, sobreviveram à influência do axé baiano, que substituiu o frevo em algumas das festas mais tradicionais da cidade.
“O Leão ganhou esse nome quando um homem viu os foliões brincando carnaval. Ele comentou que pareciam leões soltos, por causa da animação e garra. Após esse fato, outros clubes ganharam nomes de animais para demarcar a concorrência”, diz Arruda.
O clube tem o orgulho de se dizer mais antigo que o frevo, ritmo considerado Patrimônio Imaterial da Humanidade em 2012 pela Unesco, e oficializado desde 1907. O Leão já tinha cinco anos. “Como música, o frevo já existia, claro, mas não oficializado e com esse nome”, explica o presidente do clube, Paulo Roberto Arruda.
Os diretores do clube garantem que os carnavalescos do Rio de Janeiro aprenderam a fazer desfiles com carros alegóricos na cidade. Nos anos 1920, os ranchos carnavalescos eram a maior atração do carnaval de rua do Rio. Precursor da escola de samba, o rancho teve a primeira agremiação, “Reis de Ouro”, de 1893, criada pelo pernambucano Hilário Jovino Ferreira. Ele foi responsável por apresentar novidades aos cariocas, como a criação de enredo, o uso de instrumentos de cordas e de sopro.
Depois, contam os diretores do Abanadores, um grupo de carnavalescos do Rio passou uma temporada de imersão no carnaval de Vitória para entender a tecnologia dos carros alegóricos. Os esboços dos carros dos anos 1960 e 1970 são guardados e exibidos com orgulho no arquivo do clube. “O desfile era como os do Rio de Janeiro. Havia um tema, abre-alas, os carros”, conta Arruda
Na década de 1960, o carnaval de Vitória atingiu o auge. “Éramos o maior carnaval do interior do estado. Naquela época, as TVs faziam as aberturas dos telejornais locais daqui. Reportagens sobre a festa eram exibidas em programas nacionais”, conta o diretor social do clube O Leão, Roberto de Deus. Além dos desfiles com carros alegóricos, havia as festas no clube com fantasias, marchinhas, confete e serpentina.
Para o próximo ano, o grupo promete um retorno para fazer os mais saudosos relembrarem o carnaval de antigamente. O Leão vai desfilar com carro alegórico, orquestra e estandarte pelas ruas de Vitória a partir das 19h do domingo. “Nosso tema será a história do clube. Vamos contar essa trajetória na decoração do carro e nas fantasias”, adianda Arruda.
Outros bichos
Depois que o clube Abanadores ganhou o complemento O Leão, a maioria das agremiações de Vitória receberam nomes de bichos. A concorrência entre eles é acirrada, especialmente no carnaval. Poucos, porém, sobreviveram à influência do axé baiano, que substituiu o frevo em algumas das festas mais tradicionais da cidade.
“O Leão ganhou esse nome quando um homem viu os foliões brincando carnaval. Ele comentou que pareciam leões soltos, por causa da animação e garra. Após esse fato, outros clubes ganharam nomes de animais para demarcar a concorrência”, diz Arruda.