Esperança de justiça para Jefferson
Oito meses após o crime, polícia prendeu suspeito de estuprar, apedrejar e espancar estudante de 23 anos em Moreno. Vítima ficou com diversas sequelas
Publicação: 06/08/2019 03:00
A Polícia Civil prendeu o principal suspeito de estuprar, apedrejar e espancar a pauladas o estudante Jefferson Anderson Feijó da Cruz, 23. Robson da Silva Alexandre, 25, foi preso preventivamente após decisão da Justiça. O nome dele já havia sido apontado no inquérito policial e na denúncia do Ministério Público, mas só foi detido quase oito meses depois do crime, no dia 1º deste mês.
Aos policiais civis, Robson negou participação no crime, mas responderá por tentativa de homicídio, que, segundo as investigações do Ministério Público, foi motivado por homofobia. O crime chocou Moreno, na Região Metropolitana do Recife, pela grande violência contra a vítima, que ficou sem andar nem falar. Jefferson só come por meio de sonda e respira com ajuda de traqueostomia. Também perdeu as funções cognitivas – não discerne fatos nem expressa emoções.
“Recebi a notícia da prisão e senti um grande alívio. Vivi esses meses todos com muita angústia. Meu medo era que ele fizesse a mesma coisa com outra pessoa”, disse, emocionada, a dona de casa Etiene Feijó de Melo, mãe de Jefferson. O suspeito está no Cotel.
Na noite de 7 de dezembro de 2018, Jefferson tinha um sorriso largo, segundo lembra Gabrielle Maria da Conceição, 19. Ela e cinco amigos foram convidados por ele para uma noite regada a cachaça na Praça da Bandeira, em Moreno. Jefferson comemorava a conclusão do ensino médio e planejava, com ajuda do pai, entrar na universidade. Disse que pensava em cursar direito.
A amiga diz que o encontro avançou pela madrugada, porque a cidade também estava em festa. Era dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Moreno. A adolescente conta que viu Robson, que ela conhecia de vista, se aproximar aos poucos. Na primeira investida, pediu um gole a Jefferson. Um tempo depois, quis beijá-lo. “Dá para a gente ficar?”, teria perguntado.
Segundo Gabrielle, Jefferson respondeu: “Oxe, eu tenho namorado e não preciso disso, não”. Ao longo daquela madrugada, a adolescente diz que Jefferson reclamou que o acusado estava insistindo. Em uma das idas ao banheiro com o amigo, Gabrielle diz que Jefferson contou que se sentia ameaçado sendo gay e vivendo no interior. “Eu ia ficar tão mal se apanhasse por ser gay que nem teria coragem de sair de casa”, disse ele, segundo a amiga. Minutos depois, foi espancado quando saiu da praça para urinar pela segunda vez em um beco do prédio do Detran. Ele foi seguido pelo acusado, que depois foi visto pelos amigos da vítima com as mãos ensanguentadas e gravado por câmeras de segurança deixando o local do crime.
“Eu perguntei: cadê o Jefferson? Ele me empurrou e disse que o Jeff estava vindo”, contou Gabrielle. Não se sabe quanto tempo durou a tortura. A maioria dos golpes, atingiu a cabeça. Jefferson foi encontrado banhado de sangue e desacordado. Estava de bruços, com a cueca descida até os joelhos e a camiseta levantada.
Foi levado a uma UPA “desfigurado”, segundo seu tio George Oliveira, 49. Transferido ao Hospital da Restauração, no Recife, ficou um mês em coma. Mais estável, foi para o Tricentenário, em Olinda, onde permaneceu até julho.
A família contratou uma equipe composta por enfermeira, fisioterapeuta e fonoaudiólogo para prestar assistência ao filho em casa. Ter essa assistência domiciliar foi a prerrogativa dada pelo hospital para liberar o jovem da unidade. Jefferson já responde bem ao tratamento, afirma a mãe. “Ele já mexe os pés e parece estar ouvindo tudo o que a gente fala. Para todos nós, é um grande avanço.” A assistência em casa só foi possível porque uma vaquinha virtual arrecadou R$ 123 mil, com o apoio de 1.941 doadores.
Aos policiais civis, Robson negou participação no crime, mas responderá por tentativa de homicídio, que, segundo as investigações do Ministério Público, foi motivado por homofobia. O crime chocou Moreno, na Região Metropolitana do Recife, pela grande violência contra a vítima, que ficou sem andar nem falar. Jefferson só come por meio de sonda e respira com ajuda de traqueostomia. Também perdeu as funções cognitivas – não discerne fatos nem expressa emoções.
“Recebi a notícia da prisão e senti um grande alívio. Vivi esses meses todos com muita angústia. Meu medo era que ele fizesse a mesma coisa com outra pessoa”, disse, emocionada, a dona de casa Etiene Feijó de Melo, mãe de Jefferson. O suspeito está no Cotel.
Na noite de 7 de dezembro de 2018, Jefferson tinha um sorriso largo, segundo lembra Gabrielle Maria da Conceição, 19. Ela e cinco amigos foram convidados por ele para uma noite regada a cachaça na Praça da Bandeira, em Moreno. Jefferson comemorava a conclusão do ensino médio e planejava, com ajuda do pai, entrar na universidade. Disse que pensava em cursar direito.
A amiga diz que o encontro avançou pela madrugada, porque a cidade também estava em festa. Era dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Moreno. A adolescente conta que viu Robson, que ela conhecia de vista, se aproximar aos poucos. Na primeira investida, pediu um gole a Jefferson. Um tempo depois, quis beijá-lo. “Dá para a gente ficar?”, teria perguntado.
Segundo Gabrielle, Jefferson respondeu: “Oxe, eu tenho namorado e não preciso disso, não”. Ao longo daquela madrugada, a adolescente diz que Jefferson reclamou que o acusado estava insistindo. Em uma das idas ao banheiro com o amigo, Gabrielle diz que Jefferson contou que se sentia ameaçado sendo gay e vivendo no interior. “Eu ia ficar tão mal se apanhasse por ser gay que nem teria coragem de sair de casa”, disse ele, segundo a amiga. Minutos depois, foi espancado quando saiu da praça para urinar pela segunda vez em um beco do prédio do Detran. Ele foi seguido pelo acusado, que depois foi visto pelos amigos da vítima com as mãos ensanguentadas e gravado por câmeras de segurança deixando o local do crime.
“Eu perguntei: cadê o Jefferson? Ele me empurrou e disse que o Jeff estava vindo”, contou Gabrielle. Não se sabe quanto tempo durou a tortura. A maioria dos golpes, atingiu a cabeça. Jefferson foi encontrado banhado de sangue e desacordado. Estava de bruços, com a cueca descida até os joelhos e a camiseta levantada.
Foi levado a uma UPA “desfigurado”, segundo seu tio George Oliveira, 49. Transferido ao Hospital da Restauração, no Recife, ficou um mês em coma. Mais estável, foi para o Tricentenário, em Olinda, onde permaneceu até julho.
A família contratou uma equipe composta por enfermeira, fisioterapeuta e fonoaudiólogo para prestar assistência ao filho em casa. Ter essa assistência domiciliar foi a prerrogativa dada pelo hospital para liberar o jovem da unidade. Jefferson já responde bem ao tratamento, afirma a mãe. “Ele já mexe os pés e parece estar ouvindo tudo o que a gente fala. Para todos nós, é um grande avanço.” A assistência em casa só foi possível porque uma vaquinha virtual arrecadou R$ 123 mil, com o apoio de 1.941 doadores.
Saiba mais...
Promotor: não há dúvida sobre motivação homofóbica