Justiça aceita pedido do MP e delegado vira réu
Luiz Alberto Braga vai responder por tentativa de homicídio e omissão de socorro por atirar em Emmanuel Apory durante uma festa em Noronha
ADELMO LUCENA
Publicação: 26/06/2025 03:00
![]() | |
Após atirar no rapaz, Braga teria deixado o local em uma viatura da Polícia Civil |
O delegado Luiz Alberto Braga, que atirou no ambulante Emmanuel Apory durante uma festa em Fernando de Noronha, tornou-se réu após a Justiça de Pernambuco aceitar, no último dia 20, a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O policial vai responder por tentativa de homicídio duplamente qualificada e omissão de socorro.
A juíza da Vara Única de Fernando de Noronha, Fernanda Moura de Carvalho, também acatou os agravantes de motivo fútil (ciúmes) e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima (superioridade de armas) . Em sua decisão, ela afirma que o delegado “deslocou-se até um local frequentado por ilhéus e turistas, portando arma de fogo e em viatura oficial, e lá os fatos aconteceram”.
A magistrada destacou que “estas circunstâncias, e condição pessoal, mormente a de agente público a quem compete zelar pela paz e segurança pública, faz sobejar, neste momento, a necessidade de imposição de medida cautelar, especificamente, as elencadas pela parte autora”. Ela também determinou que o delegado fosse afastado do cargo público
A defesa de Luiz Alberto tem alegado legítima defesa sucessiva, tese que será analisada somente após a instrução criminal. O fato aconteceu no dia 5 de maio durante uma festa em Fernando de Noronha, quando Emmanuel teria se afastado para ir ao banheiro e foi abordado por Luiz Alberto. O delegado, que estava acompanhado de uma mulher, afirmou que o ambulante estava a assediando.
Uma câmera de segurança registrou o momento em que Emmanuel foi abordado pelo delegado. Segundo a denúncia, Luiz Alberto, o ambulante, apontou o dedo em seu rosto e o agrediu fisicamente antes de efetuar o disparo. Depois, fugiu do local em uma viatura da Polícia Civil, sem prestar socorro. Os agentes que estavam presentes afirmaram que só souberam que o autor do disparo era ele após chegarem à delegacia