Trabalho: o principal destino dos ciclistas No Dia Mundial da Bicicleta, os números mostraram que a maioria dos seus usuários no Recife fazem uso da bike para trabalhar

ADELMO LUCENA

Publicação: 04/06/2025 03:00

A infraestrutura cicloviária segue sendo um ponto fundamental para os usuários (MARINA TORRES/DP FOTO)
A infraestrutura cicloviária segue sendo um ponto fundamental para os usuários

Celebrado ontem, o Dia Mundial da Bicicleta é marcado pelas conquistas e desafios por trás desse meio de transporte que tem marcado presença, cada vez maior, pelas ruas do Recife.  Um dos fatos significativos é que, entre os ciclistas da capital, 82% deles usam o veículo para se locomover para o trabalho. 

É isso que mostra o mais recente Relatório de Evolução do Perfil Ciclista (2015-2024), elaborado pela Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo) em parceria com a Associação Transporte Ativo. Ainda segundo a pesquisa, 41% dos usuários pedalam por lazer; 35% para compras e 33% para ir para a escola ou faculdade. Esse uso da bicicleta por estudantes, inclusive, passou de 12% em 2021 para 33% em 2024, o maior percentual já registrado na série histórica.

O levantamento ainda destaca que o uso das bikes não é determinado pela condição econômica. Independentemente da renda, os seus usuários afirmam que preferem pedalar devido à praticidade e rapidez. O uso da bicicleta fica sempre acima de 46% em todas as faixas de renda.

Entre quem ganha até um salário mínimo, 47% escolhem a bicicleta por ser mais rápida e prática, enquanto 23% a escolhem por ser mais barata. Na faixa de um a dois salários mínimos, a praticidade sobe para 55%, e o fator econômico cai levemente para 21%. 

Já entre quem ganha de dois a cinco salários mínimos, 50% priorizam a rapidez e 26% a saúde, mostrando que o bem-estar começa a ter peso importante nesse grupo. No topo da faixa de renda, aqueles que recebem mais de cinco salários mínimos praticamente abandonam o critério financeiro (apenas 4% dizem que é mais barata) e passam a valorizar principalmente a saúde (35%) e a praticidade (46%).

MELHORIAS
A pesquisa também levantou informações sobre o que faria os usuários utilizarem as bicicletas com mais frequência do que já fazem normalmente. Em 2024, 64% das pessoas disseram que mais e melhores ciclovias, bicicletários e sinalização os fariam pedalar mais. Este número vem crescendo desde 2015 (quando era 47%).

“Percebe-se que a variável ‘infraestrutura adequada’ para ciclistas sempre se destaca e teve maior valor na última pesquisa de 2024”, ressalta o documento. Isso indica, diz ainda o texto, que o aumento da infraestrutura cicloviária no Recife não diminui a participação dessa variável como fundamental para que as pessoas possam pedalar com mais frequência.

Ou seja quanto mais cresce a estrutura adequada para os ciclistas, mais eles consideram esse processo fundamental para usar mais a bicicleta.  

Outro fator é a segurança e a educação no trânsito, citada por 29% a 33% dos ciclistas. Já questões como segurança pública (crimes, roubos) e arborização das vias aparecem com menos de 10% de relevância.