Publicação: 02/08/2025 03:00
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Velado na Assembleia desde o dia anterior, o corpo de Gonzagão sairia em cortejo logo após a realização da missa celebrada por Dom Hélder Câmara. Não cabia mais ninguém no plenário. Do lado de fora da casa legislativa, também não.
Sem pressa, o cortejo ganhou as ruas. E, à medida que avançava, ganhava mais fãs do Rei do Baião. Cerca de 100 mil pessoas acompanharam todo o trajeto, segundo a Polícia Militar de Pernambuco. Do centro, a procissão pegou a Avenida Agamenon Magalhães, cruzou Afogados, entrou na Imbiribeira, parando o trânsito, num misto de choro, cantos e aplausos.
Foram quase quatro horas de caminhada até o aeroporto. O cansaço não impediu que aquela massa rompesse o cordão de isolamento feito pela PM e invadisse a pista de decolagem. De lá, acompanhou o jatinho Seneca decolar aos gritos de "Asa Branca, Asa Branca".
VIAGEM
Por voltas das 15h30, o Seneca aterrissou no Aeroporto Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, no Ceará. Outra multidão aguardava a última passagem de Luiz Gonzaga pela cidade, onde aconteceu uma cerimônia religiosa. A romaria seguiria mais 12km, até o Crato, com o veículo do Corpo de Bombeiros sendo parado constantemente pelo povo que queria tocar o caixão.
Ainda na quinta-feira à noite, o cortejo chegava à matriz do Bom Jesus dos Aflitos, na Exu de Luiz Gonzaga, que jamais veria tanta gente junta. Calculou-se que 100 mil pessoas acompanharam a saída do cortejo da igreja até o cemitério de São Raimundo, às 16h50 da sexta-feira, onde o corpo do Rei do Baião seria sepultado. A voz de Gonzagão e o som da sua sanfona seguem eternos.
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Nas páginas do jornal, a dor de todo um povo