João Campos (e) começa a vida pública pelo mesmo cargo ocupado pelo pai há 29 anos

Há algum tempo o nome de João Campos, 22 anos, vem aparecendo no cenário local como provável sucessor do pai, o ex-governador Eduardo Campos. Faltava a ele o momento certo para trilhar esse caminho. Ontem, ao anunciar que João será empossado no cargo de chefe de Gabinete, o governador Paulo Câmara (PSB) abriu a porta que permitirá ao jovem socialista dar os primeiros passos no mundo político. Será dele a responsabilidade de lidar com assuntos que irão refletir diretamente nos interesses político e administrativo do estado.

João Campos irá substituir Ruy Bezerra, que foi remanejado para a Controladoria Geral do Estado. O atual controlador-geral, Rodrigo Amaro, vai para a Assessoria Especial. A posse será hoje, às 17h, no Palácio do Campo das Princesas.
Ao iniciar a vida pública como chefe de Gabinete, João reproduz a história do pai. Ele irá desempenhar a mesma função de Eduardo no segundo Governo Miguel Arraes (1987-1990). A partir daí, o líder socialista construiu um carreira sólida na política, que terminou em 13 de agosto de 2014, quando morreu em um acidente aéreo, na cidade de Santos (SP), em plena campanha para presidente da República.

Mesmo com pouca experiência, João Campos sempre circulou no meio político, acompanhando o pai no governo e campanhas políticas do PSB. Suas aparições ficaram mais frequentes depois da morte de Eduardo, quando seus discursos passaram a chamar a atenção de aliados e militantes. Em outubro de 2014, assumiu o cargo de secretário de Organização da executiva estadual do partido. Hoje, o nome dele é cotado para disputar a Câmara Federal em 2018.

Nos bastidores comenta-se que a indicação dele já era cogitada e foi amadurecendo aos poucos. Até porque a orientação dos pais sempre foi a de que os filhos focassem nos estudos. João Campos está concluindo o curso de Engenharia Civil e por isso teria recebido da mãe, Renata Campos, o aval para aceitar o cargo.

A chegada dele também aumenta a expectativa de que as articulações políticas que, na avaliação de aliados, estão “um desastre”, ganhem outro ritmo. Para Paulo Câmara, João Campos preenche os requisitos exigidos por ele, tendo sua total confiança para o cargo. “Essa é uma função que exige do seu ocupante sensibilidade política e determinação em cumprir tarefas que ensejam organização e gestão”, disse.

Habilidade, inclusive, foi uma das palavras usadas por aliados para definir o perfil de João Campos. “Ele é jeitoso e tem pretensões políticas. Vai ajudar muito aqui no Palácio”, comentou o secretário executivo de Relações Institucionais, André Campos. “Paulo está fazendo o que Eduardo sempre fez, que é revelar bons quadros. João tem um futuro pela frente e vai ter um bom aprendizado no cargo”, enfatizou o deputado estadual Aluísio Lessa (PSB).