O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) abriu, ontem, processo administrativo de responsabilização contra 12 entidades investigadas pela Polícia Federal (PF) no bilionário esquema de descontos indevidos sobre aposentadorias. Juntas, elas arrecadaram R$ 2,6 bilhões com mensalidade de aposentados até este ano, segundo o Portal da Transparência do governo federal.

Corregedores regionais foram designados para compor uma força-tarefa de apuração interna no INSS em cinco capitais – Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Recife (PE) e São Luís (MA). As portarias publicadas no Diário Oficial da União (DOU) são assinadas por José Alberto de Medeiros Landim, coordenador da Corregedoria-Geral do INSS. Os documentos estipulam seis meses para a conclusão dos trabalhos.

Uma das associações investigadas, a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) é comandada por um ex-dirigente do Republicanos, pagou cifras milionárias a operadores acusados de corromper agentes do órgão federal, como Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, e teve um salto de 300 mil filiados em apenas um ano, chegando a faturar R$ 123 milhões com descontos sobre aposentadorias. Antunes é suspeito de fazer pagamentos milionários à esposa do procurador-geral do INSS e também ao filho do ex-diretor de benefícios André Fidelis, que, segundo a PF, seria propina de entidades para manter seus acordos de cooperação com o INSS. (Metrópoles)