Haddad: Lula não dirá "I love you" a Trump Ministro da Fazenda ressaltou que negociações podem ocorrer, mas devem ser feitas com dignidade e respeitando a soberania dos países

Publicação: 30/07/2025 03:00

Haddad também declarou que não estão claras as exigências dos EUA para negociar (MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL)
Haddad também declarou que não estão claras as exigências dos EUA para negociar

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as negociações com os Estados Unidos sobre as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump devem acontecer com dignidade, respeitando a soberania dos dois países. “Você não vai querer que o presidente Lula se comporte como o Bolsonaro se comportava, abanando o rabo e falando ‘I love you’, batendo continência”, disse.

De acordo com ele, a oposição quer entregar o Brasil, mas é preciso fazer um diálogo racional e com dignidade. “Isso não é arrogância, nós queremos respeito com o Brasil”, explica.

O ministro da Fazenda afirmou ainda que pode haver uma conversa entre os presidentes Lula (PT) e Donald Trump para tratar das tarifas impostas pelos EUA. Segundo Haddad, não há obstrução dos canais de diálogo entre os negociadores das duas nações, entretanto, esse contato direto entre os chefes de Estado exige uma preparação protocolar mínima.

No entanto, Haddad afirmou que ainda não está claro o que o governo americano está pedindo para negociar com o Brasil. De acordo com ele, só é possível sentar à mesa quando se entende o que os interlocutores estão pedindo.

Ele afirmou, ainda, que existem mais assuntos sendo tratados para além do que foi exposto na carta de Trump direcionada ao governo brasileiro. Dentre os assuntos, está o Pix. 

Apesar da fala do ministro, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse ontem que o presidente Lula só buscará uma conversa com Trump quando houver abertura para isso. Gleisi reforçou que Trump “disse que não quer conversar agora”.
 
CONTINGÊNCIA

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou ontem que o plano de contingência elaborado pelo governo federal só deve ser discutido se o tarifaço for “consumado”. “O plano de contingência que está sendo bem trabalhado só deve ser discutido se consumada a questão dos 50%. Nós não vamos esmorecer, vamos trabalhar permanentemente para evitar que isso ocorra”, afirmou.

Alckmin disse que o governo está trabalhando para que a alíquota definida por Trump, seja diminuída para todos os setores. Ontem, Alckmin se reuniu com representantes da Meta, Google, Amazon, Apple, Visa e Expedia. Segundo ele, foi aberta uma mesa para se falar sobre as reivindicações das big techs. (Agência Brasil, Estadão Conteúdo e Metrópoles)