A diretoria do Náutico iniciou, de forma silenciosa, o processo de saída de alguns jogadores que não interessam para a disputa da Série C. Desta forma, o lateral esquerdo Gabriel Araújo, o volante Hygor e o meia Clebinho foram os primeiros a serem chamados para acertarem suas rescisões contratuais. Além deles, o atacante Daniel Bueno, que tem contrato com o clube até o fim deste mês, também não permanecerá no Timbu.

Dos quatro, quem mais atuou pelo Náutico foi Gabriel Araújo, presente em 14 partidas. Porém, após começar a temporada como titular, acabou perdendo espaço para o prata da casa Kevyn. E com a chegada de Tiago Costa para o setor, acabou sendo liberado. Já Clebinho chegou como uma aposta ofensiva. Contratado junto ao CRB, entrou em campo 13 vezes mas nunca se firmou, com apenas um gol marcado. Na derrota por 2 a 1 para o Bahia, na Fonte Nova, pela Copa do Nordeste.

Por sua vez, Hygor desembarcou como uma das indicações de Roberto Fernandes, mas também não conseguiu espaço na equipe, com apenas nove jogos realizados. Por fim, o atacante Daniel Bueno, aos 34 anos, deixa o Náutico após apenas sete partidas e nenhum gol marcado. Antes, o atacante Wagner Lauretti também já havia rescindido seu contrato.

Além desses, é provável que outros atletas deixem o clube ou sejam emprestados, no caso dos atletas da base. Isso porque são permitidas apenas 35 inscrições na Série C, sem direito a trocas. Com o número limitado, e a perspectiva de novos reforços (cinco já foram anunciados), a diretoria estuda alguns casos.

Time
Com relação ao time que entrará em campo no próximo domingo, contra o Atlético-AC, pela terceira rodada da Série C, o técnico Roberto Fernandes pode ter ganho um desfalque inesperado. Isso porque o zagueiro Camacho deixou mais cedo a movimentação no centro de treinamento do clube ontem, com dores na coxa esquerda, e passa a ser dúvida para o confronto. O defensor realizou, à noite, um exame de imagem para averiguar a gravidade do problema.
 
Wendel explica aposentadoria e desmente atrito
 
No dia seguinte após anunciar a sua aposentadoria como jogador de futebol, o agora ex-volante Wendel concedeu uma entrevista de despedida no centro de treinamento do Náutico, seu último clube. Deixando o futuro em aberto, o ex-jogador, de 36 anos, reconheceu que a decisão de pendurar as chuteiras veio pela percepção de que já não estava conseguindo render o esperado dentro de campo, devido a questões físicas. Pesou ainda a vontade de dedicar mais tempo aos filhos. Com isso, também desmentiu boatos de um suposto desentendimento com o técnico Roberto Fernandes.

“Não tive nenhum atrito com o Roberto, não houve briga nem nada disso. Só queria agradecer mais uma vez ao Náutico. Fico muito satisfeito de meu último clube ter sido aqui. Quero acompanhar um pouco mais meus filhos, levá-los à escola, à natação. Vivenciar um pouco mais isso. E também tem a relação com o corpo. São 36 anos e mais de 750 jogos como profissional. Chega uma hora que pesa”, destacou.

Seguro da sua decisão, Wendel destacou que a sua saída do Náutico também abre espaço para atletas mais jovens. E fez questão de citar o meia Luiz Henrique, das categorias de base do clube, em quem aposta um futuro promissor. “Não queria atrapalhar o aparecimento de promessas. De jogadores que vêm subindo e têm potencial, como o Luiz Henrique. Acabei decidindo que seria melhor não só para mim, mas para o Náutico”.