INVESTIGAÇÃO » Empresa funciona por ordem judicial

Publicação: 22/02/2017 03:00

Empresa de transporte tem atuação internacional  (Julio Jacobina/DP)
Empresa de transporte tem atuação internacional
A empresa Brinks é atualmente alvo de investigação pela Polícia Federal de Pernambuco. Em 2015, na Operação Grande Truque, a PF instruiu dois processos que culminaram no cancelamento punitivo das atividades da empresa, investigada por crimes de caixa dois, instituição financeira clandestina e lavagem de dinheiro. A Brinks recorreu e conseguiu, na Justiça, a suspensão dos dois processos abertos. Desde então, opera por força judicial.

A atuação da Brinks percorre diversos setores: de instituições financeiras ao varejo, passando por operadoras de telefonia, mineradoras, indústrias farmacêuticas e de eletroeletrônicos. Além de logística nacional e internacional de valores, funciona gerando soluções de cofres inteligentes e na gestão integrada de segurança, inclusive de caixas eletrônicos.

Pela essência do trabalho, a companhia é alvo de criminosos. Em outubro do ano passado, assaltantes jogaram um caminhão contra um carro-forte da empresa em uma estrada em Santa Catarina. O veículo tombou, possibilitando o roubo.

A norte-americana Brinks começou transportando caixas e bagagens de homens de negócio que viajavam em missões comerciais, até que, em 1891, realizou uma entrega bancária – seis sacos de dólares em moedas de prata – para o Home National Bank, tornando-se oficialmente a primeira transportadora de valores do mundo.

Inicialmente, os transportes eram feitos em carroças, até que em 1904, a Brinks colocou em serviço seu primeiro carro, tornando a atividade muito mais rápida e segura. Em 1966, a empresa chegou ao Brasil como a primeira especializada em transporte de valores em território nacional.

Fundada em 1859 na cidade de Chicago, nos EUA, a empresa atua em mais de 100 países e emprega mais de 70 mil pessoas pelo mundo. No Brasil, a empresa já opera há 50 anos e é responsável pela gestão de bilhões de reais em mais de dois mil municípios. Sobre o crime de ontem, a empresa informou que está colaborando com as autoridades no levantamento de informações e investigação sobre o ataque.

A Associação Brasileira das Empresas de Transporte de Valores lamentou a ocorrência criminosa no Recife. Segundo nota da entidade, o ataque comprova que este tipo de crime vai além das fronteiras estaduais e é praticado por quadrilhas especializadas do crime organizado que atuam com equipamentos cujo combate está além da capacidade permitida às empresas para se protegerem.

A associação cita o uso de explosivos e de armas calibre .50, superior às utilizadas pelas polícias e empresas de segurança privada. Para a entidade, “somente o trabalho integrado de inteligência envolvendo as várias polícias, secretarias de Segurança Pública, Polícia Federal e empresas, liderados pelo Ministério da Justiça, vai conseguir impedir estes ataques.