Temperaturas elevadas e menos chuvas no futuro Mapa de vulnerabilidade climática de Pernambuco aponta previsões para período de 2041 a 2070

Publicação: 23/08/2017 03:00

Pernambuco passa a trabalhar, a partir de hoje, com os dados mais recentes de vulnerabilidade climática apresentados pelo Ministério do Meio Ambiente. A pesquisa foi realizada pela Fiocruz em 2015 e aponta as mudanças previstas para ocorrer nos 184 municípios do estado no período de 2041 a 2070. O trabalho aborda as mudanças que vão desde a escassez de chuvas (com uma quantidade maior de dias sem nenhuma gota d’água do céu), a redução no volume das precipitações nos períodos chuvosos, o aumento da temperatura e ainda o surgimento de novas endemias em razão das mudanças climáticas.

Os dados da Fiocruz serão entregues hoje para as equipes técnicas das diversas secretarias como Meio Ambiente, Saúde e Agricultura, a partir das 9h no Hotel Golden Tulip, em Boa Viagem. Além dos dados, eles vão receber uma capacitação e um software para trabalhar com as informações. “É importante usarmos os dados para nos prepararmos para o que há por vir. Todos vão precisar se adaptar às mudanças”, afirmou secretário executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Carlos André Cavalcanti.

Sobre as temperaturas, as projeções apontam elevação do calor em todos os municípios do estado. No Oeste a elevação pode chegar a 3,7°C, como se observa nos municípios de Trindade e Araripina. Em Dormentes, Afrânio e Santa Cruz o aumento poderá chegar a 3,6°C. No Agreste o impacto é menor. Em Caruaru, a elevação da temperatura pode chegtar a 3ºC. Já Bezerros e Gravatá 2,9°C. O litoral poderá ser a parte menos impactada com 2,7°C, como se verifica na capital Recife e em Ipojuca.

O mapa aponta uma redução no volume de chuvas em todo o estado, sendo a porção Oeste, representada pela Região do São Francisco como a mais impactada. Em Petrolândia, por exemplo, a redução pode chegar a 39,1%. Em cidades como Tacaratu, a diminuição da precipitação poderá ser de 37,4% e em municípios como Jatobá e Inajá, 36,9% e 36,3%, respectivamente.

No litoral, o impacto na redução das chuvas será menor. No Recife e Jaboatão dos Guararapes, a queda na pluviosidade poderá ser de até 4,4%, em relação ao período atual. No sul do litoral pernambucano, o impacto pode ser maior: -11% em municípios como Barreiros, São José da Coroa Grande e Tamandaré.

O percentual do número máximo de dias secos consecutivos no ano. No litoral, apesar de um impacto menor na redução do volume de chuvas, haverá uma quantidade maior de dias sem chuvas. Em Itamaracá o percentual esperado é de 55,4% e no Recife é de 53%. E as populações que vivem na Zona da Mata terão que lidar com o aumento do período de estiagem, tendo em vista que em Timbaúba a elevação poderá chegar a 55%.

Como deverá ser o clima do estado

184 municípios

Período de 2041 a 2070

Aumentos previstos:
Trindade                   3,7°C
Araripina    3,7°C
Dormentes    3,6°C
Afrânio        3,6°C
Petrolina        3,5°C
Santa Cruz    3,6º C
Caruaru        3,0 °C
Bezerros        2,9°C
Gravatá        2,9°C
Ipojuca        2,7°C
Recife        2,7°C

Onde vai chover menos
Tacaratu        37,4%
Inajá        36,3%
Petrolina        35,5%
Petrolândia    39,1%
Jatobá        36,9%
Aliança        3,8%
Condado    3,5%
Recife        4,4%
Tamandaré    11,1%
S.J.C. Grande    11,8%

Dias mais secos
Timbaúba    55%
Itamaracá    55,4%
Recife        53%
São João    25,1%
Araripina    6,5%
Ouricuri        3,1%
Dormentes    3,1%
Afrânio        3,1%

Índice municipal de vulnerabilidade (entre 0 e 1)
Abreu e Lima    0,33
Recife        0,63
Ipojuca        0,37
Catende        0,76
Águas Belas    0,87
Itaíba        0,87
Parnamirim    0,95
Santa Cruz    1,00

Índice de doenças associadas ao clima (valores entre 0 e 1):
Recife        1,00
Jaboatão    0,81
Cabo        0,77
Caruaru        0,58
Parnamirim    0,52
Santa Cruz    0,50
Petrolina        0,58

Fonte: Fiocruz