População se uniu para tentar salvar as vítimas Moradores de Brasília Teimosa retiraram os acidentados do mar após a queda da aeronave

Publicação: 24/01/2018 03:00

Poucos minutos após a queda do helicóptero na orla de Brasília Teimosa, os moradores da comunidade iniciaram uma verdadeira corrente de solidariedade. Sem pensar no perigo de entrar no mar onde há risco de ataques de tuburão, um grupo de homens pulou o paredão da beira-mar e nadou em direção ao local onde a aeronave havia caído. Em pouco tempo, conseguiram resgatar as três vítimas e ainda auxiliaram nos primeiros socorros até a chegada das equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu). Durante todo o dia, o que se viu na avenida principal do bairro foi uma demonstração de cuidado e atenção com o próximo. Um dia que dificilmente será esquecido pelas pessoas que ajudaram a tirar as vítimas do mar e também para aquelas que acompanharam os resgates.

Morador da orla, Djaildo Djalma da Silva, 36 anos, conhecido como Ronaldo, foi o primeiro a entrar na água. Ele conta que as vítimas foram todas retiradas da mar ainda com vida, mas que duas delas morreram em seguida. “Eu estava na esquina de casa e vi o momento da queda do helicóptero. Ele rodopiava muito e quando caiu no mar surgiu um clarão. Na hora corri para tentar ajudar as pessoas que estavam dentro da aeronave. Fiz por eles o que esparava que fizessem por mim”, disse Djaildo, que é pai de três filhos.

Junto com ele, o autônomo Anderson José do Nascimento Araújo, 25, também auxiliou nos resgates. “Estava dormindo e acordei com o barulho. Pulei o paredão e entrei no mar para ajudar. As pessoas estavam sangrando muito. O resgate deles de dentro do mar foi muito rápido. Acredito que eles morreram devido ao impacto e não por afogamento”, podenrou Anderson.

Enquanto os homens corriam contra o tempo para retirar as vítimas do mar, outro grupo de pessoas tentava ajudar nos primeiros socorros. Uma delas foi a enfermeira Hérica Azevedo, 28. Ela estava na casa da mãe, que mora perto da orla, quando escutou o barulho e correu para ver o que havia acontecido. “Quando cheguei aqui na frente, os meninos já estavam tirando as vítimas do mar. Foi quando eu comecei a ajudar nos primeiros socorros. Somente depois disso começaram a chegar as ambulâncias. Eu nem moro mais aqui em Brasília Teimosa, mas dormi na casa da minha mãe porque tinha um compromisso hoje (ontem) cedo. Foi Deus quem quis que eu estivesse aqui para ajudar”, declarou Hérica.

A dona de casa Cristiane Batista dos Santos, 47, disse que tomou um susto com a queda do helicóptero. “Ele estava muito baixo e senti um cheiro muito forte de querosene. Logo depois escutei um barulho alto, que foi o momento da queda do helicóptero. Eu estava no quintal da minha casa. Graças a Deus que o piloto conseguiu tirar o helicóptero de cima das moradias. Foi um susto muito grande”, resumiu. Outra moradora da localidade, que preferiu não ter o nome publicado, disse ter pensado que o helicóptero era da polícia. “Pensei que fossem policiais filmando alguns possíveis assaltantes de tão baixo que o helicóptero estava. Todo mundo ficou assustado”, disse.