O último e trágico voo do Globocop
Aeronáutica e polícias Federal e Civil investigam causas da queda de helicóptero utilizado para transmissões, que deixou dois mortos e um ferido grave
Alice de Souza
Anamaria Nascimento
Isabela Veríssimo
Tânia Passos
Wagner Oliveira
local@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 24/01/2018 03:00
O Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes em Pernambuco (Seripa) e as políciais Federal e Civil estão apurando a queda do Globocop, helicóptero modelo Robinson 44, de matrícula PP-HLI, pertencente à empresa Helisae que presta serviço de transmissões à Rede Globo Nordeste. O acidente, ocorrido por volta das 6h de ontem, deixou duas pessoas mortas e outra gravemente ferida. Por volta das 22h, a aeronave ainda estava sendo retirada do mar de Brasília Teimosa, onde estão os destroços, em uma operação feita pela própria empresa particular contratada pela Heliase. Partes da hélice e da cauda foram removidas da água por moradores do bairro durante a manhã e a tarde.
O acidente aconteceu no dia em que a Globo Nordeste lançou os novos estúdios da emissora, que se mudou de Olinda para a Rua da Aurora, na região central do Recife. A expectativa era de clima de festa ontem na empresa. “Era para ser um dia especial para o jornalismo: inauguração dos estúdios da nova sede. O destino nos trouxe a tragédia”, postou em uma rede social a jornalista Beatriz Castro. Ontem, durante o Bom Dia Pernambuco, a emissora transmitia imagens da Zona Sul da cidade feitas pelo Globocop quando o sinal foi interrompido.
Dentre ocorrências envolvendo o R44 no Brasil, a maioria aconteceu por perda de controle em voo e, em segundo lugar, por colisão em voo com obstáculos. A tragédia na Zona Sul do Recife, porém, permanece cercada de incógnitas. No local próximo à queda da aeronave, testemunhas dizem que o helicóptero havia se chocado com uma ave. A possibilidade de um raio ter atingido a cauda do Globocop também foi levantada por moradores, mas é considerada improvável pelas autoridades. As respostas devem ser dadas no inquérito presidido pelo delegado federal Dário Sá Leitão e pela delegada da Polícia Civil Beatriz Leite, que passaram a manhã no local do acidente em busca de informações que possam esclarecer o que causou a queda. Dados mais precisos, porém, só devem ser revelados após as perícias nos destroços.
Três pessoas estavam na aeronave, que decolou de um hangar no Aeroporto Internacional do Recife e se dirigia para fazer filmagens na Jaqueira. Duas delas, o piloto Daniel Cavalcanti Filgueira Galvão, 36 anos, e a 1ª sargento do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta III) Lia Maria Abreu de Souza, 34, morreram. Lia chegou a ser socorrida, mas faleceu na ambulância. O corpo foi velado ontem em cerimônia fechada na Base Aérea e será levado hoje para Magé (RJ), onde será sepultado.
O único sobrevivente, Miguel Brendo Ponte Simões, 21, é operador de sistemas da aeronave há um ano e meio e enteado do dono da empresa Helisae. Ele está internado na UTI do Hospital da Restauração em estado grave depois de ter passado por cirurgias no tórax, abdômen e face.
A retirada das vítimas do mar foi feita antes da chegada do Corpo de Bombeiros e do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu). Moradores resgataram Daniel, Lia e Miguel da água sem temerem o risco de ataque de tubarão nem o mar agitado em um dia chuvoso. O piloto Daniel Galvão também está sendo considerado herói em Brasília Teimosa. Testemunhas dizem que ele desviou das residências do bairro para evitar uma tragédia maior.
Em nota, a Globo lamentou o acidente com o helicóptero que prestava serviço para a empresa em Pernambuco. “Estamos todos muito tristes com essa fatalidade. A empresa é nossa parceira. Deixo aqui a nossa solidariedade às famílias das vítimas”, disse o diretor da Globo Nordeste, Iuri Leite.
Linha do tempo da tragédia
O acidente aconteceu no dia em que a Globo Nordeste lançou os novos estúdios da emissora, que se mudou de Olinda para a Rua da Aurora, na região central do Recife. A expectativa era de clima de festa ontem na empresa. “Era para ser um dia especial para o jornalismo: inauguração dos estúdios da nova sede. O destino nos trouxe a tragédia”, postou em uma rede social a jornalista Beatriz Castro. Ontem, durante o Bom Dia Pernambuco, a emissora transmitia imagens da Zona Sul da cidade feitas pelo Globocop quando o sinal foi interrompido.
Dentre ocorrências envolvendo o R44 no Brasil, a maioria aconteceu por perda de controle em voo e, em segundo lugar, por colisão em voo com obstáculos. A tragédia na Zona Sul do Recife, porém, permanece cercada de incógnitas. No local próximo à queda da aeronave, testemunhas dizem que o helicóptero havia se chocado com uma ave. A possibilidade de um raio ter atingido a cauda do Globocop também foi levantada por moradores, mas é considerada improvável pelas autoridades. As respostas devem ser dadas no inquérito presidido pelo delegado federal Dário Sá Leitão e pela delegada da Polícia Civil Beatriz Leite, que passaram a manhã no local do acidente em busca de informações que possam esclarecer o que causou a queda. Dados mais precisos, porém, só devem ser revelados após as perícias nos destroços.
Três pessoas estavam na aeronave, que decolou de um hangar no Aeroporto Internacional do Recife e se dirigia para fazer filmagens na Jaqueira. Duas delas, o piloto Daniel Cavalcanti Filgueira Galvão, 36 anos, e a 1ª sargento do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta III) Lia Maria Abreu de Souza, 34, morreram. Lia chegou a ser socorrida, mas faleceu na ambulância. O corpo foi velado ontem em cerimônia fechada na Base Aérea e será levado hoje para Magé (RJ), onde será sepultado.
O único sobrevivente, Miguel Brendo Ponte Simões, 21, é operador de sistemas da aeronave há um ano e meio e enteado do dono da empresa Helisae. Ele está internado na UTI do Hospital da Restauração em estado grave depois de ter passado por cirurgias no tórax, abdômen e face.
A retirada das vítimas do mar foi feita antes da chegada do Corpo de Bombeiros e do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu). Moradores resgataram Daniel, Lia e Miguel da água sem temerem o risco de ataque de tubarão nem o mar agitado em um dia chuvoso. O piloto Daniel Galvão também está sendo considerado herói em Brasília Teimosa. Testemunhas dizem que ele desviou das residências do bairro para evitar uma tragédia maior.
Em nota, a Globo lamentou o acidente com o helicóptero que prestava serviço para a empresa em Pernambuco. “Estamos todos muito tristes com essa fatalidade. A empresa é nossa parceira. Deixo aqui a nossa solidariedade às famílias das vítimas”, disse o diretor da Globo Nordeste, Iuri Leite.
Linha do tempo da tragédia
- 5h50 - O Globocop decola do hangar
- 6h - A aeronave sobrevoa a orla da Zona Sul do Recife e envia imagens aéreas para o programa Bom dia Pernambuco
- 6h05 - O helicóptero faz uma curva enquanto sobrevoa a praia do Pina e, segundo testemunhas, cai depois que um barulho forte é ouvido
- 6h07 - Samu é acionado por testemunhas do desastre. Enquanto isso, as vítimas são resgatadas do mar por voluntários
- 6h08 - O Corpo de Bombeiros também é acionado
- 6h10 - A Marinha do Brasil é chamada, por se tratar de acidente na praia
- 6h50 - O passageiro sobrevivente, Miguel Brendo Ponte Simões, dá entrada no Hospital da Restauração
- 22h - A empresa Helisae retirava a aeronave do mar com o uso de um guincho. Antes, os Bombeiros tentaram resgatar o helicóptero sem sucesso