Perigo é o companheiro diário do ciclista
A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) emitiu 726 multas por infrações em ciclofaixas de janeiro a junho deste ano
Publicação: 14/10/2024 03:00
Em menos de um mês, o Recife registrou uma sequência de quatro atropelamentos com mortes de ciclistas, cenas trágicas que viraram rotina. Afinal, disputar espaço com carros, ônibus e motos é um verdadeiro desafio diário para quem precisa sair de casa para trabalhar ou quem usa a bicicleta como meio de lazer e de atividades físicas.
Com o passar do tempo, a combinação de tarifas elevadas, a precariedade do transporte público e o alto custo para comprar um carro ou uma moto empurrou muita gente a ter o pedal como principal meio de transporte, mas tem que conviver com o desrespeito às leis do trânsito.
Embora as autoridades e as entidades que lutam pelos direitos dos ciclistas não tenham dados oficiais atualizados sobre as mortes e sinistros, é possível ter uma ideia de como é difícil pedalar na cidade.
A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) aponta que, de janeiro a junho de 2024, foram emitidas 726 multas por infrações em ciclofaixas.
Isso significa mais de 120 notificações de desrespeito a áreas exclusivas para bicicletas a cada mês, na capital.
Mortes Recentes
Em 16 de setembro, dois ciclistas foram atropelados em locais distintos da Zona Norte, sendo um atingido por um ônibus no bairro de Parnamirim e o outro por um micro-ônibus em Beberibe.
No dia 26 de setembro, Ana Gabriela Sena de Barros, de 20 anos, faleceu dois dias após ser atingida por uma moto na Avenida Beira Rio, no bairro da Torre. Em 9 de outubro, um homem de 52 anos foi atropelado por um ônibus no bairro de Afogados.
Dificuldades
O ciclista Victor Brayner, morador do bairro da Torre, na Zona Oeste, utiliza a bicicleta diariamente como meio de transporte para ir ao trabalho.
Ele conta que as maiores dificuldades enfrentadas estão no estado precário do asfalto nas bordas das pistas, na falta de sinalização e na ausência de fiscalização para multar motoristas de carros e motos que desrespeitam as ciclofaixas.
“É uma sensação mista. O estado das ciclovias do Recife é péssimo e não existe preservação do que já temos. Ao mesmo tempo que uma parte da cidade tem ciclovia, a outra não tem. Além disso, os motoristas recifenses não gostam de ciclistas. Somos vistos como inferiores, maltratados e sujeitos a todo tipo de violência, como fechadas, buzinadas e gritos. Isso sem contar a insegurança geral quando carros, motos e ônibus passam em alta velocidade a menos de um metro da bicicleta. Os ‘quase’ sinistros são diários”, desabafou Victor.
O entregador por aplicativo, Pedro Gomes, também relatou a sua experiência: “Eu faço entregas na minha bicicleta e não tem um dia que eu não sofra um risco. Sempre tem algo que atrapalha o trajeto, como materiais de obras, bueiros sem tampa, carro estacionado, motos fazendo ultrapassagens erradas. É difícil demais”.
A segurança dos ciclistas depende, principalmente, do respeito às leis de trânsito. É fundamental que motociclistas e demais condutores se conscientizem de que também são responsáveis pela segurança dos ciclistas.
A coordenadora da Ameciclo, uma associação que defende os direitos e a segurança dos ciclistas no Recife, Bárbara Barbosa, enfatiza que “as ciclofaixas e ciclovias são feitas com o propósito de proteger quem anda de bicicleta; se não protegem, então não funcionam. É preciso de políticas de conscientização sobre como os ciclistas devem ser vistos como meios de transporte também, já que fazemos parte do trânsito. Precisamos de proteção e de melhorias na fiscalização de veículos que não respeitam nossos pequenos espaços”, afirmou Bárbara.
Com o passar do tempo, a combinação de tarifas elevadas, a precariedade do transporte público e o alto custo para comprar um carro ou uma moto empurrou muita gente a ter o pedal como principal meio de transporte, mas tem que conviver com o desrespeito às leis do trânsito.
Embora as autoridades e as entidades que lutam pelos direitos dos ciclistas não tenham dados oficiais atualizados sobre as mortes e sinistros, é possível ter uma ideia de como é difícil pedalar na cidade.
A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) aponta que, de janeiro a junho de 2024, foram emitidas 726 multas por infrações em ciclofaixas.
Isso significa mais de 120 notificações de desrespeito a áreas exclusivas para bicicletas a cada mês, na capital.
Mortes Recentes
Em 16 de setembro, dois ciclistas foram atropelados em locais distintos da Zona Norte, sendo um atingido por um ônibus no bairro de Parnamirim e o outro por um micro-ônibus em Beberibe.
No dia 26 de setembro, Ana Gabriela Sena de Barros, de 20 anos, faleceu dois dias após ser atingida por uma moto na Avenida Beira Rio, no bairro da Torre. Em 9 de outubro, um homem de 52 anos foi atropelado por um ônibus no bairro de Afogados.
Dificuldades
O ciclista Victor Brayner, morador do bairro da Torre, na Zona Oeste, utiliza a bicicleta diariamente como meio de transporte para ir ao trabalho.
Ele conta que as maiores dificuldades enfrentadas estão no estado precário do asfalto nas bordas das pistas, na falta de sinalização e na ausência de fiscalização para multar motoristas de carros e motos que desrespeitam as ciclofaixas.
“É uma sensação mista. O estado das ciclovias do Recife é péssimo e não existe preservação do que já temos. Ao mesmo tempo que uma parte da cidade tem ciclovia, a outra não tem. Além disso, os motoristas recifenses não gostam de ciclistas. Somos vistos como inferiores, maltratados e sujeitos a todo tipo de violência, como fechadas, buzinadas e gritos. Isso sem contar a insegurança geral quando carros, motos e ônibus passam em alta velocidade a menos de um metro da bicicleta. Os ‘quase’ sinistros são diários”, desabafou Victor.
O entregador por aplicativo, Pedro Gomes, também relatou a sua experiência: “Eu faço entregas na minha bicicleta e não tem um dia que eu não sofra um risco. Sempre tem algo que atrapalha o trajeto, como materiais de obras, bueiros sem tampa, carro estacionado, motos fazendo ultrapassagens erradas. É difícil demais”.
A segurança dos ciclistas depende, principalmente, do respeito às leis de trânsito. É fundamental que motociclistas e demais condutores se conscientizem de que também são responsáveis pela segurança dos ciclistas.
A coordenadora da Ameciclo, uma associação que defende os direitos e a segurança dos ciclistas no Recife, Bárbara Barbosa, enfatiza que “as ciclofaixas e ciclovias são feitas com o propósito de proteger quem anda de bicicleta; se não protegem, então não funcionam. É preciso de políticas de conscientização sobre como os ciclistas devem ser vistos como meios de transporte também, já que fazemos parte do trânsito. Precisamos de proteção e de melhorias na fiscalização de veículos que não respeitam nossos pequenos espaços”, afirmou Bárbara.
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