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Banhistas preservam tradição
Bloco carnavalesco do bairro do Pina que tem 86 anos quer manter a hsitória viva apesar de todos os contratempos enfrentados
Marcionila Teixeira
marcionila.teixeira@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 13/07/2018 03:00
No Pina, na Zona Sul do Recife, costuma-se dizer que toda pessoa com mais de 80 anos é filho, filha ou tem algum parentesco com os fundadores do Bloco Carnavalesco Misto Banhistas do Pina. São histórias vivas que remetem a um tempo em que o mar da região começou a ser descoberto como espaço de lazer e não apenas de trabalho para pescadores. Isso foi em meados de 1932. Daí o nome banhistas, uma referência à apropriação daquelas águas pelos mais diversos moradores do bairro.
Oitenta e seis anos depois de fundado, o desafio do bloco de pau e corda é sobreviver mantendo a tradição. Este ano, a agremiação lançou um caderno de canções chamado Somos banhistas do Pina. O livreto de capa azul é uma coletânea de 26 canções feitas por compositores de frevo para o bloco ao longo da história. O material é inédito e compõe um rico acervo de imagens, adereços e outras riquezas do Banhistas que vem sendo levantado por Lindivaldo Júnior - conhecido como Júnior Afro - e Marcelo da Silva.
Júnior é carnavalesco, historiador e filho do atual diretor da agremiação, Lindivaldo Oliveira Leite, o Vavá de Banhistas, 83 anos. Este ano, é candidato a ocupar a vaga do pai, que se recupera de um infarto, em uma eleição marcada para agosto e até agora sem concorrentes. O pleito acontece a cada quatro anos e desta vez será acompanhado pela Federação Carnavalesca.
A má conservação da sede do bloco, na Rua São Luiz, é um dos problemas a ser enfrentado pela nova direção do Banhistas. Nos últimos tempos, vinha sendo usada para promoção de festas de brega, mas permanecerá fechada pelo menos até o fim do próximo pleito. A ideia é reabrir a sede com projetos em parceria com outros grupos culturais do Pina.
Este ano, Júnior Afro apresentou à Fundarpe um projeto para viabilizar o Memorial do Banhistas. O financiamento seria através de apoio financeiro do Funcultura. “Nos últimos dois anos, reunimos apenas uma parte do acervo histórico, seja com pesquisa ou com roda de diálogos com moradores. Mas desejamos reunir ainda mais material e colocar tudo em exposição na sede do bloco, para moradores e outras pessoas conhecerem nossa história”, explicou.
Outra ideia é atrair os mais jovens. “Muitas pessoas que levavam o bloco adiante já estão envelhecidas e algumas não têm mais condição de participar”, completou Júnior.
O Banhistas é história viva do Pina e de comunidades adjacentes, como Jardim Beira Rio, Bode e Areinha, população calculada em 110 mil pessoas, segundo o último Censo do IBGE. Cerca de 150 pessoas desfilam no domingo e na segunda-feira de carnaval pelo Banhistas do Pina.
Os ensaios começam em setembro, mobilizando uma rede extra de apoio no bairro, como costureiras, por exemplo. “Hoje enfrentamos um problema com o pagamento da subvenção do carnaval devido pela Prefeitura do Recife. Eles pagaram apenas a primeira parcela, em dezembro, e precisamos pagar as pessoas”, criticou Júnior Afro. Como dizia Maurinete Ferreira, 81, antiga moradora, “a maré e o banhistas já mataram a fome de muita gente.”
Oitenta e seis anos depois de fundado, o desafio do bloco de pau e corda é sobreviver mantendo a tradição. Este ano, a agremiação lançou um caderno de canções chamado Somos banhistas do Pina. O livreto de capa azul é uma coletânea de 26 canções feitas por compositores de frevo para o bloco ao longo da história. O material é inédito e compõe um rico acervo de imagens, adereços e outras riquezas do Banhistas que vem sendo levantado por Lindivaldo Júnior - conhecido como Júnior Afro - e Marcelo da Silva.
Júnior é carnavalesco, historiador e filho do atual diretor da agremiação, Lindivaldo Oliveira Leite, o Vavá de Banhistas, 83 anos. Este ano, é candidato a ocupar a vaga do pai, que se recupera de um infarto, em uma eleição marcada para agosto e até agora sem concorrentes. O pleito acontece a cada quatro anos e desta vez será acompanhado pela Federação Carnavalesca.
A má conservação da sede do bloco, na Rua São Luiz, é um dos problemas a ser enfrentado pela nova direção do Banhistas. Nos últimos tempos, vinha sendo usada para promoção de festas de brega, mas permanecerá fechada pelo menos até o fim do próximo pleito. A ideia é reabrir a sede com projetos em parceria com outros grupos culturais do Pina.
Este ano, Júnior Afro apresentou à Fundarpe um projeto para viabilizar o Memorial do Banhistas. O financiamento seria através de apoio financeiro do Funcultura. “Nos últimos dois anos, reunimos apenas uma parte do acervo histórico, seja com pesquisa ou com roda de diálogos com moradores. Mas desejamos reunir ainda mais material e colocar tudo em exposição na sede do bloco, para moradores e outras pessoas conhecerem nossa história”, explicou.
Outra ideia é atrair os mais jovens. “Muitas pessoas que levavam o bloco adiante já estão envelhecidas e algumas não têm mais condição de participar”, completou Júnior.
O Banhistas é história viva do Pina e de comunidades adjacentes, como Jardim Beira Rio, Bode e Areinha, população calculada em 110 mil pessoas, segundo o último Censo do IBGE. Cerca de 150 pessoas desfilam no domingo e na segunda-feira de carnaval pelo Banhistas do Pina.
Os ensaios começam em setembro, mobilizando uma rede extra de apoio no bairro, como costureiras, por exemplo. “Hoje enfrentamos um problema com o pagamento da subvenção do carnaval devido pela Prefeitura do Recife. Eles pagaram apenas a primeira parcela, em dezembro, e precisamos pagar as pessoas”, criticou Júnior Afro. Como dizia Maurinete Ferreira, 81, antiga moradora, “a maré e o banhistas já mataram a fome de muita gente.”