Exemplos mundiais a serem seguidos

Publicação: 21/01/2017 03:00

Exemplos de navegação fluvial em áreas urbanas que poderiam inspirar o Recife não faltam. O mais conhecido é o exemplo de Veneza, cidade cortada por canais que tem a imagem sempre associada ao transporte fluvial. Lá, transportar-se pelo rio não é mais uma opção  - como seria no Recife - mas a principal forma de locomoção. “A cidade começou a florescer como grande entreposto no caminho de barcos e navios mercantes no Mediterrâneo”, explica a pesquisa Navegação fluvial em áreas urbanas, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Universidade de São Paulo (USP). Segundo o estudo, o transporte hidroviário é o mais econômico por causa do baixo consumo de combustível, e a reduzida necessidade de manutenção em comparação aos demais meios. Além disso, é pouco poluente, seguro, tem maior capacidade de carga e maior vida útil.

A pesquisa cita também o exemplo da Alemanha, onde a navegação se concentra no Rio Reno (que passa por seis países) e afluentes. “A densa malha de rios e canais navegáveis perfaz 7,5 mil quilômetros e é um importante eixo de trânsito nas direções lesteoeste e norte-sul, tanto para o transporte de passageiros como de cargas”.

No Brasil, segndo o professor de economia dos transportes e gestão das infraestruturas da UFPE, Maurício Andrade, o transporte fluvial urbano se restringe a cidades situadas em grandes estuários, como Belém e Porto Alegre, ou em margens de grandes rios, como Manaus. “Esses transportes realizam ligações entre o núcleo principal da cidade e ilhas estuarinas próximas. O sistema de transporte como projetado para o Recife, usando o rio como corredor, parece-me ser único no Brasil.”