DNA aponta Edvan como assassino Suspeito foi autuado por matar fisioterapeuta, em flat de Boa Viagem, após exame detectar material genético dele no corpo da vítima

Publicação: 07/04/2017 03:00

Segundo investigação, vizinho lutou com Mirella e a violentou antes de assassiná-la (Marlon Diego/Esp.DP)
Segundo investigação, vizinho lutou com Mirella e a violentou antes de assassiná-la

A Polícia Civil não tem mais dúvidas sobre a autoria do assassinato da fisioterapeuta Tássia Mirella Sena de Araújo, 28 anos. A prova fundamental é o resultado do laudo tanastocópico. Os peritos encontraram DNA do comerciante e vizinho da vítima, Edvan Luiz da Silva, 32, sob as unhas de Mirella, além de fios de cabelo dele nas mãos da vítima. No apartamento e em duas camisetas do suspeito, a polícia achou sangue e DNA de Mirella.

Edvan nega o crime, mas foi autuado em flagrante por homicídio qualificado. À tarde, a juíza Blanche Maymone Pontes Matos decidiu, em audiência de custódia, pelo encaminhamento dele ao Cotel, em Abreu e Lima. A polícia acredita que a divulgação das fotos do comerciante pode ajudar na identificação de outras possíveis vítimas. No quarto de Edvan, a polícia encontrou três bíblias.

O exame de DNA foi concluído ontem, quando normalmente leva 15 dias. A gerente de Polícia Científica, Sandra Santos, reconheceu a agilidade, diante da brutalidade do crime e da comoção popular. “Trabalhamos sem parar para dar a resposta com o máximo de brevidade e garantir que o suspeito seja mantido preso. O DNA dele sob as unhas de Mirella é uma prova dela sua luta para sobreviver”, destacou Sandra.

Com a prisão de Edvan, o delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) Francisco Océlio tem até o dia 12 para concluir o inquérito e enviá-lo à Justiça. Abisai Soares, um dos advogados do suspeito, disse que não fará qualquer pronunciamento até que seja construída a tese de defesa. “Não foi surpresa a concessão da prisão preventiva, uma vez que todo o clamor social estava estampado”, destacou.

Segundo o chefe da Polícia Civil, Joselito Amaral, está claro que o crime teve motivação sexual e que a vítima lutou até a morte para não ser violentada. Suas mãos tinham cortes profundos de faca. A polícia acredita que o agressor golpeou violentamente o pescoço de Mirella para que seus gritos não fossem ouvidos pela vizinhaça. O resultado do exame sexológico ainda não ficou pronto, mas tudo leva a crer que Ela foi estuprada. “Há indícios de violência sexual, pois a roupa dela foi arrancada”, ressaltou Joselito. A polícia chegou ao comerciante porque manchas de sangue foram encontradas no corredor do 12º andar a caminho do apartamento dele, que fica quase ao lado do imóvel onde Mirella morava sozinha. A porta também estava manchada.

Ontem de manhã, o corpo foi sepultado no Cemitério de Santo Amaro, sob pedidos de justiça. A mãe da fisioterapeuta, Isabel Araújo, desabafou. “Não sei o que vai ser da minha vida. Quem tem filho, sabe o que eu estou passando”. Familiares e amigos da vítima realizaram um protesto em frente ao Fórum Rodolfo Aureliano pedindo a manutenção da prisão de Edvan durante sua apresentação em audiência. A Comissão de Direitos Humanos da OAB-PE enviou nota afirmando que “se colocou à disposição da família de Tássia Mirella” e que “o combate à violência contra a mulher é umas das principais pautas da comissão”.